Em “As Ruas Eram Assim”, escritor resgata as
lembranças de sua infância e adolescência no bairro carioca de Curicica
Com
a emoção de quem viveu com muita intensidade aventuras nas florestas, nas ruas
de barro e nos terrenos baldios, matando a fome com mangas tiradas do pé e
saciando a sede com água das nascentes do morro, o escritor Lima Pipa JB
acaba de lançar o livro “As Ruas Eram Assim”, no qual relembra as
brincadeiras nostálgicas que o tempo está levando.
Através
de seus olhos, o leitor pode reviver a beleza das pipas que coloriam o céu e, magicamente,
desafiavam a direção dos ventos, as corridas desenfreadas dos meninos atrás de
uma pipa voada, as partidas de queimado, as disputas de bolinha de gude e o som
das risadas infantis ecoando pelas calçadas. Naquela época, meninos e meninas,
sem distinções, brincavam juntos, descalços e livres, criando memórias que se
tornariam eternas. Um tempo onde os grandes combates de bolinhas de gude
disputavam espaço com os piões que giravam e giravam, arrancando faíscas do
solo.
Em
“As Ruas Eram Assim”, com o selo da Editora Litteris, Lima
Pipa JB nos transporta para os anos 70, em Curicica, um bairro humilde do Rio
de Janeiro, onde as meninas, com suas pernas fortes e torneadas, brincavam de
amarelinha e pulavam corda incansavelmente, se preparando para competir de
igual para igual com os meninos nas brincadeiras de queimado e pique-bandeira.
A obra, porém, não é apenas uma viagem no tempo, mas uma celebração da vida em sua forma mais pura e autêntica. As histórias contadas no livro são um lembrete do poder da simplicidade e da alegria encontrada nas pequenas coisas. E faz o leitor se emocionar, rir e, acima de tudo, se encontrar em cada página.
Mas,
Lima Pipa JB não é apenas um contador de histórias; ele é um guardião das
lembranças de uma época dourada. Com um estilo único, ele captura a essência de
uma infância vivida intensamente, onde até os desafios e as dificuldades eram
superados com criatividade e espírito de comunidade.
“Nos finais de tarde, as belas jovens eram atraídas para as calçadas por uma linda canção que saía de alguma janela, ou por alguma paquera da rua ao lado. E, diante de olhares admirados dos rapazes que jogavam bola no terreno baldio, que transformaram em campinho, e das barulhentas crianças que brincavam na rua, elas conversavam sobre o tão esperado baile de sábado à noite: ali seria o palco onde elas iriam ofuscar até mesmo o brilho das luzes da discoteca. Com suas roupas coloridas e danças eletrizantes, as belas moças atraiam olhares de admiração e de cobiça daqueles rapazes bem arrumados com seus cabelos engomados. Era assim. As ruas eram assim”, enfatiza o autor.
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Sobre
o autor
Lima
Pipa JB respira todas as brincadeiras de rua e diariamente conta histórias dos
anos 70, seja na rua, na porta do supermercado, na banca de jornais ou na
praça. Os amigos até se assustam com os detalhes de suas narrativas. Essa tem
sido sua rotina de uns anos pra cá, pois tudo está indo embora e, segundo
dizem, Lima lembra das coisas com riquezas de detalhes.
Ele
jogou futebol de todas as formas, desde a esquina, os campos de peladas e o
futebol sério. Na infância, a bolinha de gude o fez chegar atrasado na escola
muitas vezes. Pião, carniça, bandeirinha, piques, e pipas, muitas pipas desde
criança fizeram parte da história de vida de Lima. As pipas entraram em seu
coração e fincaram bandeira. Tanto que o autor foi proprietário, entre 1992 e
2023, de uma fábrica de pipas estilo anos 70.
O
mundo da pipa é enorme e o livro “As Ruas Eram Assim” mostra a pipa como
uma forma das crianças humildes crescerem fortes, saudáveis e se socializarem
mais e sem diferenças. E Lima Pipa JB dá um destaque especial na história para
a pipa pois conheceu o encanto que ela causa nas pessoas, fazendo-as esquecer
até mesmo de almoçar, deixando de lado outros compromissos.
Abaixo, alguns registros do lançamento do livro: