* Texto de Cleomar Almeida, coordenador de
Publicações da FAP
Escrito pelo jornalista
e escritos Carlos Marchi, o livro Longa Jornada até a Democracia (476
páginas), primeiro de dois volumes que abordam os 100 anos do Partido Comunista
Brasileiro (PCB), será lançado nesta quinta-feira (26/01), a partir das 19
horas, durante evento presencial no Bar e Restaurante R. Farme de Amoedo, 51 –
Ipanema, Rio de Janeiro. Os leitores poderão terão seus exemplares autografados
no local pelo autor da obra, editada pela Fundação
Astrojildo Pereira (FAP).
O livro teve seu segundo
lançamento presencial em Brasília (20/12). O primeiro foi realizado em São Paulo, no último dia 12
de dezembro, também com a presença do autor e de dezenas de convidados.
Interessados em adquirir seu exemplar podem enviar solicitação diretamente para
o e-mail da FAP (fundacaoastrojildo@gmail.com)
ou ligar para 61 3011-9300.
A obra registra o legado
do partido, que, com erros e acertos registrados em livros de história, ainda
permanece como um dos principais atores da luta pela democracia brasileira. O autor começa em 1922 e
se detém ao período que segue até a década de 1960, a qual define a
característica mais própria e delineada com que o Partidão entrou na memória
coletiva.
O livro relata a
história do partido que se revelou dono de uma visão estratégica que intuía,
ainda que muitas vezes no quadro conceitual do “marxismo-leninismo”, a natureza
“ocidental” da formação social brasileira. Por isso, rejeitava com muita
consistência o caminho das revoluções do século XIX.
Este tipo de revolução,
replicado em 1917 e mesmo depois em países periféricos, também não deixou de
arregimentar muita gente idealista, mas, é forçoso admitir, tratou em geral de
ideais redentores de pouca ou nenhuma viabilidade prática. É o que observa o
prefaciador da obra, o tradutor e ensaísta Luiz Sérgio Henriques.
Ligado à revolução desde
o seu nascimento, o PCB respondia ao mesmo tempo às necessidades da
própria modernização capitalista, como expressão da entrada de uma nova
subjetividade de classe na arena política, que se reformulava com a corrosão
irreversível da República Velha e a ampla rearrumação promovida com a Revolução de 1930.
Um ator moderno, com forte motivação endógena.
Com o passar dos anos, o
Partidão passou a ser o portador explícito de uma determinada visão de mundo,
baseada na centralidade da classe operária e num marxismo, a bem dizer,
precariamente assimilado, assim como de um nexo entre nacional e internacional,
que, explorações propagandísticas à parte, caracteriza todo moderno grupo
político.
“Fazer como na
Rússia”, portanto, não significava obedecer às ordens de Moscou, ou de lá
receber o “ouro” para promover a subversão, mas reivindicar pela primeira vez,
de modo coerente, o protagonismo de um decisivo agrupamento subalterno nas
lutas políticas e sociais do país. E de um agrupamento que não estava sozinho
no mundo, mas, sim, inserido numa rede típica da modernidade do século XX.
A centralidade da classe
operária seria igualmente a fonte de um novo paradoxo, que salta logo à vista
entre as diferentes vicissitudes descritas no livro. Antes de mais nada, a
classe operária de que falavam os pais fundadores do PCB – em primeiro lugar,
os dois dirigentes mais marcantes, Astrojildo Pereira e Octávio Brandão, este
último não presente no ato niteroiense de fundação – vinha à luz num contexto
de capitalismo autoritário e numa economia cuja industrialização.
A rigor, se faria “por
cima”, pelas mãos do Estado, sem contemplar a democratização da propriedade
rural e a plena liberdade de organização de sindicatos urbanos e partidos de
esquerda.
Serviço
Lançamento do livro
Longa Jornada até a Democracia
Data: 26/01 (hoje)
Horário: a partir das 19h
Onde: Bar e Restaurante R. Farme de Amoedo, 51 –
Ipanema, Rio de Janeiro
Realização: FAP e Carlos Marchi