quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Álvaro Miranda presenteia os leitores com o lançamento do livro de poesias “Estupor”

O jornalista Álvaro Miranda lança, na próxima terça-feira, dia 6, seu livro de poesias Estupor, com sessão de autógrafos a partir das 19h, na Livraria da Travessa, em Botafogo (Rua Voluntários da Pátria, 97). A obra, que tem o selo da Editora 7Letras, traz 280 haicais escritos no ano passado, em meio a essa loucura toda da pandemia, e a maioria, segundo o autor, conservou apenas uma característica da tradição de Matsuo Bashô (século XVII): a métrica.

São, portanto, o primeiro e o terceiro versos em redondilha menor (cinco sílabas), e o segundo, em redondilha maior (sete sílabas). Mas, claro, inevitável sempre a experimentação e a transgressão, que eu deixo como surpresa”, enfatiza Álvaro Miranda.



O tempo do poema parece desaparecer, nessa paisagem dúbia, onde vemos o mundo perder a aura das verdades fixas. Diante da aparente sina de um triste Brasil, de futuro contido, é com estupor que percebemos, como Paul Celan, o poema como um presente. Um presente oferecido aos atentos. “Presentes que levam consigo um destino”, lembra.  

Em Estupor também são oferecidos versos em que, entre passados e futuros, resiste a palavra, em meio aos seus escombros / de avesso e descuido. Álvaro Miranda nos presenteia com poemas escritos para além dos dias turvos e das paredes do previsível, mas impulsionados pelo trapézio e voo. Um voo que poderia ser fotografado, na sépia da memória, mas nunca realmente estático.

Com uma escrita que contorna os preciosos haikais da tradição de Bashô, mas sem abrir mão de sua temporalidade e país, o autor se permite ao ofício do risco, e não vira as costas para o futuro vermelho, não russo, mas brasileiro. Um Angelus Novus latino mais esperançoso, que consegue acordar os mortos e juntar os fragmentos, pois nesta obra há uma insubmissão ao instante da imensidão / que se finge eterno.

Álvaro Miranda e sua obra 

Álvaro Miranda diz que está muito feliz com o resultado final de Estupor. “Gente, gostei do livro, daí essa alegria toda. Ele ficou bem resolvido em muitos aspectos. Talvez em outros nem tanto, não importa. O que conta é a necessidade e a coragem. Depois "desvencilhar-se" dele... e vamos em frente! Dou essa palinha aqui porque o bicho carpinteiro não sossega na medida em que se aproxima o lançamento. Mas, a alegria maior mesmo será rever vocês e dar um abraço depois de dois anos e oito meses de pandemia”.

sábado, 27 de agosto de 2022

“Para Lygia Bojunga, a mulher que mora nos livros” homenageia uma das principais escritoras brasileiras

 

Livro passa em revista a obra da autora de “A bolsa amarela”, enquanto reflete sobre o próprio ato de escrita e a construção do mercado literário no Brasil

 

Gaúcha de Pelotas, autora de 23 livros, Lygia Bojunga é não apenas uma das mais prestigiadas escritoras brasileiras vivas. É, também, reconhecida como uma das mais importantes autoras do universo infantojuvenil, em todo o planeta. Não à toa, foi a primeira pessoa fora do eixo Europa-Estados Unidos a ganhar o Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura para crianças e jovens. Conquistou, também, o prêmio Astrid Lindgren 2004, criado pelo governo da Suécia para promover a literatura infantil — além de inúmeras outras láureas, mundo afora.  




Em 2022, há muitos aniversários envolvendo a autora: 20 anos da Editora Casa Lygia Bojunga; 20 anos de Retratos de Carolina; 30 anos de Paisagem; 40 anos de atribuição do Prêmio Hans Christian Andersen. E “as cerejas” do bolo: Lygia Bojunga completa 90 anos de vida e 50 de carreira literária, cujo marco inicial foi a publicação de Os colegas em 1972.  

 

Sua estreia com Os colegas, já foi repleta de brilho: os manuscritos vieram a lume, pela Editora Sabiá, após conquistar o prêmio do Instituto Nacional do Livro, no ano anterior. Mas talvez o maior reconhecimento pela obra de Lygia não esteja nos prêmios, e sim na forma como seus personagens e narrativas têm habitado o imaginário afetivo de diferentes gerações. Quem aí não carrega consigo uma bolsa amarela, afinal?


 


E é partindo justamente desse lugar — o de uma autora decisiva para a formação de leitores apaixonados —, que emerge a Lygia Bojunga do novo livro de Ana Letícia Leal: Para Lygia Bojunga, a mulher que mora nos livros. Um livro, porém, que vai se desdobrando em múltiplas dimensões, para desvelar não só uma Lygia Bojunga multifacetada, como também para refletir sobre as tantas e tantas faces do ato da escrita, em seu permanente e transformador contato com a vida.


Autora também premiada, Ana Letícia Leal escreve sobre e para Lygia. Misturando gênero epistolar, ensaio biográfico, autoficção e reflexão acadêmica, Para Lygia Bojunga, a mulher que mora nos livros é uma obra singular. Resultado da pesquisa de doutorado de Ana Letícia, não tem nada, porém, da sisudez dos trabalhos científicos.

 

Por outro lado, usa a trajetória de Lygia como fio para traçar uma reflexão sobre a própria construção do mercado de literatura infantojuvenil no Brasil. A partir da leitura comentada de cada volume publicado por Bojunga, emergem temas do universo literário, como o fomento governamental, o aspecto gráfico das edições, a formação do leitor, a especificidade da leitura literária e a entrada do novo escritor no mercado editorial.

 

Dessa forma, a crítica literária faz-se combinada com a narrativa biográfica de uma Lygia construída pela leitura de Ana Letícia. Uma terceira camada é autobiográfica, tratando da história da leitora, que, em criança, leu Os colegas e cresceu junto com a obra completa, pois, a partir de 1988, Lygia publica também para adultos. Mais ainda, costura-se do primeiro ao último capítulo a história da própria escritura de Ana. Uma história que vai revelando a complexidade, as dores e as delícias de quem não apenas se dedica à arte da escrita, como faz isso imerso nos desafios de seu tempo e país. Tal qual Lygia, tal qual Ana. 

 

SOBRE A AUTORA

Ana Letícia Leal é doutora em Letras pela PUC-Rio, com tese sobre a obra de Lygia Bojunga. Publicou os livros Meninas inventadasPara crescer e Maria Flor, pela editora Escrita Fina, além de A gente vai se separar, pela Tinta Negra. Em 2007, foi finalista do Prêmio Jabuti na categoria Juvenil, com Meninas inventadas; em 2003, finalista do concurso Contos do Rio, do jornal O Globo, com o conto “Sem minha filha”. 



É também mestre em Comunicação Social pela PUC-Rio; especialista em Docência na Educação Básica, pelo Colégio Pedro II; bacharel em Comunicação Social, pela UFRJ; e licenciada em Letras pela Universidade Estácio de Sá. Por quinze anos, trabalhou como revisora de textos e ministrou oficinas de escrita criativa na Estação das Letras, Rio de Janeiro, entre outros cursos de literatura, leitura e escrita. Desde 2021, é professora de Língua Portuguesa na rede Faetec.

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

"AZULÃO, o guardião da LAGOA", de Luis Pimentel, tem lançamento neste sábado


O jornalista e escritor Luis Pimentel lança, neste sábado (27), o livro AZULÃO, o guardião da LAGOA, em sessão de autógrafos a partir das 16h, no Lago de Histórias (Rua Marechal Cantuária, 18), na Urca. A obra tem edição da Duna Dueto Editora (@duna_dueto_editora) e ilustrações de Luciana Grether (@lucianagrether).


quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Chef João Son lança o livro “Hansik”, reunindo o melhor da Culinária Coreana


Com 50 receitas típicas, primeiro livro escrito em português traz pratos de diversas regiões do país asiático e homenageia os 60 anos da imigração coreana para o Brasil

O chef João Son acaba de lançar, em movimentado evento no K-Square Rooftop, no bairro Bom Retiro, em São Paulo, Hansik, seu primeiro livro de culinária coreana escrito em português, em comemoração ao "Dia da Cultura Coreana", celebrado no último dia 15.



Resultado de cinco anos de pesquisas e muita dedicação, a publicação reúne 50 receitas tradicionais dessa gastronomia que vem conquistando o mundo, propondo um mergulho na cozinha sul-coreana através de pratos variados à base de carnes, banchan (acompanhamentos), massas e vegetais, além de sopas e sobremesas.

 

“Hansik é uma palavra composta pela sílaba han, que significa povo coreano, e sik, comida. Numa tradução literal significa gastronomia coreana ou ‘pratos que o povo coreano gosta de comer’. Fiz esse livro como um presente que deixo a todos que apreciam a cultura coreana e em homenagem aos 60 anos de imigração sul-coreana no Brasil, que serão comemorados em 2023”, acrescenta o chef.

 


João Son conta que começou divulgando receitas coreanas no blog banchan.com.br e depois vieram as participações em feiras, eventos, palestras e as aulas de culinária. “Criei esse livro para os amantes da cozinha coreana e iniciantes de novos paladares que querem aprender e aperfeiçoar suas técnicas de preparo”, explica.

 

Sobre os anos de pesquisas que levou para produzir Hansik, o chef salienta que, quando se traduz uma receita ao pé da letra, perde-se a essência do prato porque os ingredientes mudam de um país para outro, e até de uma região para outra, principalmente em um país tão grande como o Brasil, onde cada região tem denominações diferentes para o mesmo ingrediente. “Decidi manter os nomes dos pratos e ingredientes em língua coreana para preservar a integridade, e segui a regra mundial de usar a romanização em inglês para facilitar a pesquisa na internet. Também fiz um glossário do coreano para o português, para facilitar”, justifica.


Com 168 páginas, impresso em capa dura, o livro é luxuoso e traz fotos ilustrativas de cada passo de preparo do prato. Lançado pela forma independente Hansik, 50 receitas da Culinária Coreana reveladas por João Son contou com a coordenação editorial de Silvia Prevideli e projeto gráfico de Murilo Orefice. Ele está sendo vendido através do blog banchan.com.br e no mercados coreanos instalados no bairro do Bom Retiro.


Chef João Son


SOBRE O CHEF JOÃO SON

João Son é um culinarista que desde 2011 divulga a culinária coreana no Brasil administrando aulas, realizando palestras e participando de festivais e eventos. Ele sempre destaca o que há de melhor na gastronomia coreana que, atualmente, vem ganhando cada vez mais espaço e fazendo sucesso, principalmente em São Paulo.

 

Com o projeto de criar um "Centro de Culinária Coreana" para administrar aulas e oficinas, o chef também atua como consultor para criação de eventos e cardápios típicos.