sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Coleção “Família do Carnaval” será relançada amanhã (16), no Baródromo, na Lapa


Quatro livros com as histórias ‘de bar’ que formaram as maiores escolas do Rio de Janeiro. Assim é definida a “Família do Carnaval” (editora Nova Terra), coleção que será relançada neste sábado, dia 16, durante a Feijoada da Rádio Arquibancada, no Baródromo (Rua do Lavradio, 163), na Lapa. São quatro livros que apresentam a história das escolas de samba do Rio de Janeiro, reunidas a partir dos seus estilos numa espécie de família. Vários autores com ligação direta com as agremiações retratadas assinam as obras.



O último livro lançado – “As Matriarcas da Avenida: quatro grandes escolas que revolucionaram o maior show da Terra” – conta em 40 crônicas as histórias das escolas que serviram de base para a atual configuração do carnaval carioca: Acadêmicos do Salgueiro, Estação Primeira de Mangueira, Portela, Salgueiro e Império Serrano. Aqui, Fábio Fabato, curador da coleção, assina os capítulos da Mangueira.

A obra fechou a “Família”, iniciada com “As Três Irmãs: como um trio de penetras arrombou a festa”, a carnavalização da ascensão de Beija-Flor de Nilópolis, Imperatriz Leopoldinense e Mocidade Independente de Padre Miguel no cenário das grandes escolas. O segundo livro, As Titias da Folia – O brilho maduro de escolas de samba de alta idade, vencedor do Prêmio Edison Carneiro de melhor livro de não ficção sobre carnaval, trouxe as memórias de Unidos da Tijuca, Vila Isabel, Viradouro e Estácio.

No terceiro, As Primas Sapecas – Alegria, crítica e irreverência na avenida, as homenageadas foram Caprichosos de Pilares, União da Ilha e São Clemente, agremiações que, sem muito dinheiro, utilizaram as armas da simplicidade, originalidade e ousadia em seus desfiles.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

domingo, 10 de fevereiro de 2019

O carnaval de rua pede passagem com o lançamento do livro da jornalista Rita Fernandes


Foliã e pesquisadora, a autora analisa o movimento cultural que culminou com a criação dos blocos Simpatia é Quase Amor, Barbas e Suvaco do Cristo. “Meu bloco na rua: a retomada do Carnaval” mostra como a revitalização dos blocos se deu no mesmo contexto da redemocratização do país, com movimentos sociais como Diretas Já

Desde a infância em Minas Gerais, Rita Fernandes tem uma relação apaixonada com o Carnaval. Um encantamento que levou a jornalista a adotar o Rio de Janeiro e entrar para a história do Carnaval carioca. Fundadora do bloco Imprensa Que Eu Gamo e há mais de uma década à frente da Sebastiana, primeira associação independente de blocos de rua da cidade do Rio, Rita lança o livro Meu bloco na rua: a retomada do Carnaval, resultado de sua dissertação de mestrado no CPDOC da Fundação Getúlio Vargas.

A sessão de autógrafos acontece no próximo dia 17 (domingo), a partir das 15h, na Livraria Folha Seca, à Rua do Ouvidor, 37, no Centro, Rio de Janeiro, com direito a roda de samba. O livro tem o selo da Editora Civilização Brasileira, do Grupo Editorial Record.


Rita Fernandes analisa a ocupação das ruas pelos blocos no contexto da redemocratização do país, quando foram criados, por exemplo, o Simpatia É Quase Amor, o Barbas e o Suvaco do Cristo. A autora se debruça sobre a trajetória das três agremiações e mostra como havia uma mesma rede de atores nos movimentos políticos da época, nas emergentes associações de moradores e nas rodas de samba da década de 1980. Eram pessoas que tinham em comum a política, o samba, o botequim e a praia – o Posto 9, em Ipanema, seu lugar de encontro – e que queriam novamente ocupar a rua com um carnaval livre e espontâneo.

Em seis capítulos, com linguagem leve e precisa, Rita Fernandes traça um panorama histórico-geográfico da evolução do Carnaval no Rio, dos entrudos até o início do processo de retomada, em 1985. E para explicar o porquê do termo retomada, a autora lança um olhar sobre as razões do declínio do carnaval de rua nas décadas de 70 e 80, como a repressão que retirava das ruas os movimentos sociais críticos ao sistema, a desvalorização do samba nas gravadoras e casas noturnas e a oficialização dos blocos em um circuito único.

Evidenciando o movimento cultural que surge no contexto da redemocratização do país, a autora relembra o sentimento de alegria ligado aos movimentos de abertura política, como a anistia e o movimento Diretas Já: “O povo brasileiro se sente de novo à vontade para ir às ruas, esse lugar de encontros que tanto caracteriza a vida urbana, especialmente no Rio de Janeiro. Assim se observa uma rede de afeto e relacionamento entre grupos sociais que se encontram no samba, nos botequins e na praia, elos de ligação entre os blocos e a cidade”, escreve.

Essa efervescência, explica Rita no livro, coincide com a fundação dos blocos Simpatia É Quase Amor, Barbas e Suvaco do Cristo, responsáveis pela criação de um novo movimento carnavalesco na cidade, criando um modelo que alcançou seu auge no século XXI, com mais de 500 blocos registrados e mais de 600 desfiles autorizados.

“Espero ter conseguido montar um mosaico de referências sobre a retomada do carnaval de rua no Rio, tendo como cenário a história desses três blocos. E contribuir para lançar luz sobre esse período marcante da nossa história, considerando a importância dessa manifestação cultural no processo de formação da própria cidade”, destaca a autora.

Rita Fernandes é jornalista e professora na Univeritas, com mestrado em Bens Culturais pelo CPDOC/FGV e especialização em Marketing pelo IAG – Escola de Negócios da PUC-Rio. É fundadora e presidente da Sebastiana – Associação de Blocos de Rua do Rio. Pesquisadora e consultora da GloboNews sobre carnaval, o qual estuda as fronteiras com o jornalismo, a história e a antropologia urbana. Escreve artigos e reportagens sobre a festa de rua do Rio de Janeiro e a cultura popular carioca, para veículos diversos. É idealizadora do projeto CasaBloco, que promove diálogos entre os carnavais do Brasil. Este é seu primeiro livro pela Civilização Brasileira.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

OS ESTIGMAS MÍSTICOS E A PSICANÁLISE: Estudo busca entender a cultura e seus "sintomas"


Um novo livro de Ario Borges Nunes Junior chega às livrarias, sob o selo das edições Fons Sapientiae. Trata-se de Os estigmas místicos e a psicanálise: um diálogo. Uma obra, que segundo o prefaciador – Luiz Felipe Pondé, filósofo e professor –, mostra como a psicanálise e a teologia mística podem dialogar de forma rica e elegante. Os estigmas, popularmente conhecidos como chagas, são fenômenos do universo religioso que se vinculam estreitamente a outros campos da experiência humana. Descritos em diferentes fontes hagiográficas (biografias de santos) e fundamentados pela teologia, eles se inscreveram, também, na literatura e na arte como fatos espetaculares.


A partir do século XIX, foram assimilados ao discurso científico, associando-se aos sintomas de disfunções orgânicas ou mentais. Nesse contexto, a entrada em cena da psicanálise possibilitou a produção de hipóteses acerca da sua incidência, a partir do protagonista e de alguns aspectos psicodinâmicos que caracterizam o seu mundo interno. No campo hagiográfico da estigmatização, as de São Francisco, surgidas dois anos antes de sua morte em 1226, no século XIII, foram as primeiras a despertarem o real interesse, na tradição eclesiástica. Os estigmas levantaram inúmeras questões e dúvidas que abriram a possibilidade para algum consenso entre diferentes campos da existência humana.

Um estigma representa a marca do sofrimento de Cristo pela humanidade. O sangramento contínuo que uma ferida como essa implica, e a dor evidente, são as provas físicas da dor de Cristo (de Deus, portanto) pelo mundo. Um místico que sofre na carne um estigma é um eleito, descendente teológico d´Aquele que deu a vida pelo mundo. Não pode haver herança mais nobre do que essa. A pessoa torna-se alguém, como dizem os teólogos russos, da “raça de Deus”.

O psicanalista Jacques Lacan, no momento mais maduro da sua obra, se encantou com as místicas medievais da região conhecida como “renano-flamenga”, na França. Nesta região (Holanda, Bélgica, norte da França e oeste da Alemanha), próxima ao rio Reno, floresceu entre os séculos XIII e XV uma rica cultura mística plena de narrativas de relação direta entre Deus e homens e Deus e mulheres (essas, principalmente, as conhecidas “beguinas”). “Este estudo vem se somar a outros em que a psicanálise, na tradição inaugurada pelo próprio Freud, busca entender a cultura e seus “sintomas”.

O autor, entretanto, de forma muito feliz, não cai num reducionismo “psicologizante”, tão comum em casos semelhantes. A dignidade da construção identitária, via a inscrição da linhagem nobre de Cristo na carne do “paciente místico”, é analisada na sua consistência conceitual e vivencial, tal como vista pela teologia. E neste sentido, Ario Borges Nunes Junior dá uma bela demonstração de como psicanálise e teologia mística podem dialogar de forma rica e elegante”, diz o professor Luiz Felipe Pondé.

Sobre o autor
Ario Borges Nunes Junior é psicanalista, nasceu em São Paulo, em 1961. Cursou o ensino médio no Colégio São Luís, na mesma cidade. É doutor em Psicologia Social, pela Universidade de São Paulo (2001), e doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense (2013). Publicou Êxtase e clausura: sujeito místico, psicanálise e estética (Annablume, São Paulo, 2005) e Relíquia: o destino do corpo na tradição cristã (Paulus, São Paulo, 2013). Fenômeno míticos: caracterização e estudos de caso (Ecclesiae, 2015), Relíquia: Transcendência do corpo (Museu de Arte Sacra de São Paulo, 2017) e Arquitetura de uma Monja – Biografia de Irmã Teresa do Menino Jesus e da Santa Face (Fons Sapientiae, 2018). Atualmente, faz estágio de Pós-doutorado no departamento de Ciências da Religião da PUC-SP e dedica o seu tempo de trabalho à clínica psicanalítica.

Amigos e famosos prestigiam lançamento do primeiro livro infantil de Pepita Rodriguez


A atriz Pepita Rodriguez lançou, neste domingo (3), o seu primeiro livro infantil, em concorrida sessão de autógrafos na Livraria da Travessa, no Shopping Leblon. A obra As aventuras de Pepitinha é inspirada em contos que mesclam ficção e realidade e que foram escritos por Pepita ao longo da vida.


O livro narra a trajetória de uma menina, filha de imigrantes espanhóis, que aos seis anos chega ao Brasil na linda cidade de Penápolis, interior de São Paulo, e sonha em ser uma atriz. Pelo caminho, ela passa por diversas aventuras e lições de vida. “As aventuras de Pepitinha” já começou com grande sucesso: todos os exemplares disponíveis na livraria foram vendidos.

No lançamento, amigos como o designer Carlos Alcantarino, a artista plástica Claudia Ganon, o pianista Miguel Proença, a empresária Bernadete Simonelli, Mauro Madalena e Thyna Mendes marcaram presença. Também estiveram presentes seus filhos Dado Dolabella e Gilberto Di Pierro, e netos.

Veja abaixo alguns momentos do evento registrados por Ari Kaye.