sexta-feira, 29 de junho de 2018

Através de testemunhas e da literatura, ditadura volta a falar em evento no CCBB, com os escritores Carola Saavedra e Julián Fuks


A visita à memória da ditadura começou há 10 anos, na forma de livros com depoimentos e documentários. De cinco anos para cá, com o boom da ficção autobiográfica, a literatura apresenta uma profusão de obras escritas pelos que viveram na juventude aquele período da história brasileira e por aqueles que ainda eram novos, vivenciaram a opressão sem saber direito o que estava acontecendo. Parece que escrevem para entender.

Julián Fuks
Os escritores Julián Fuks e Carola Saavedra são brasileiros de origem argentina e chilena, respectivamente, que vieram para o Brasil na infância. Eles têm publicado de forma ficcional livros que revolvem o passado recente da ditadura e, no caso de Carola, a opressão sofrida por mulheres brasileiras desde sempre.

Carola Saavedra
Julián, prêmio Oceanos ganhou bolsa para dar continuidade a seu "A resistência" (2016). Carola Saavedra lançou este mês o livro "Com armas sonolentas: um romance de formação", que trata de exílio e da violência histórica contra a mulher brasileira, assim como tratou diretamente da ditadura em "O inventário das coisas ausentes".

Eles participam, no próximo dia 4/7 (quarta-feira), às 18h30, do debate “Reescrever o não escrito: memórias e ausências (Chile, Argentina e Brasil)”, que terá Vera Follain de Figueiredo como mediadora e discutirá o que a literatura diaspórica conta sobre o Brasil e a América Latina. Em obras autobiográficas ou não, a escrita confronta o exílio e a violência política.

Museu do Amanhã recebe jornalista correspondente de guerra para lançamento do livro ‘Diário de Myriam’


Na próxima terça-feira (3), Philippe Lobjois participará de debate sobre obra que aprofunda rotina de uma menina de 13 anos durante a guerra da Síria. Evento é gratuito
O jornalista e correspondente de guerra francês Philippe Lobjois estará no Museu do Amanhã na próxima terça (3/7), às 19h30, para um debate e lançamento do livro O Diário de Myriam, do qual é coautor ao lado da síria Myriam Rawick. A obra se aprofunda no dia a dia da Myriam, uma menina de 13 anos, durante a guerra da Síria e foi escrita no período de novembro de 2011 e dezembro de 2016.


O tema dos refugiados no Brasil e no mundo está entre os assuntos de maior atenção para o Museu do Amanhã, que trata a questão da Convivência como eixo programático ao lado de Sustentabilidade. Para o Museu do Amanhã, tão importante quanto cuidar do planeta é discutir como queremos conviver uns com os outros, e desde a sua inauguração em dezembro de 2015, o Museu vem dedicando importante destaque ao tema.


Em 2016, a instituição promoveu o seminário Vozes do Refúgio: dados globais, olhares locais, recebendo especialistas da área e refugiados de diferentes regiões. Em 2017, o assunto foi destaque, mais uma vez, na palestra Na Rota dos Refugiados. Na ocasião, foram abordadas a situação dos campos de refugiados da Europa e Oriente Médio e a forma com que pessoas nesta situação vêm sendo recebidos no Brasil.

A programação foi seguida pela segunda edição do seminário Vozes do Refúgio, realizada em junho, em parceria com a Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR); e da abertura da exposição Vidas Deslocadas. A mostra, que ficou em cartaz de junho a setembro de 2017, apresentou, por meio de cenografia, textos e fotos, algumas das causas do refúgio ambiental e o drama de indivíduos que vivem o problema em diversas partes do mundo.

A vista do jornalista ao Brasil é um convite da DarkSide® Books, do Fli Araxá e do Sempre Um Papo.

Sobre o livro
"Meu nome é Myriam, eu tenho 13 anos. Cresci em Jabal Saydé, o bairro de Alepo onde nasci. Um bairro que não existe mais". O Diário de Myriam é um registro comovente e verdadeiro sobre a guerra civil Síria. Escrito em colaboração com o jornalista francês Philippe Lobjois, que trabalhou ao lado de Myriam para enriquecer as memórias que ela coletou em seu diário, o livro descortina o cotidiano de uma comunidade de minoria cristã que sofre com o conflito através dos olhos de uma menina.

Sobre Myriam Rawick
Myriam Rawick começou a escrever em seu diário aos oito anos de idade. Seus registros sobre a Guerra da Síria compreendem o período entre novembro de 2011 e dezembro de 2016. Refugiada em sua própria cidade, Myriam viu seu lar ser devastado e conta como Alepo, uma das cidades mais antigas do mundo, foi destruída num piscar de olhos. Desde o fim das hostilidades em sua cidade natal, Myriam voltou para lá apenas uma vez. Ainda assim, algumas coisas continuam iguais: ela segue escrevendo sobre sua vida em seu diário.

Sobre Philippe Lobjois:
Philippe Lobjois é um repórter de guerra francês e autor de diversos livros. Estudou ciências políticas em Paris e já cobriu o Conflito Karen, a Guerra do Kosovo e a Guerra do Afeganistão. Quando a Guerra da Síria eclodiu, ele decidiu ir até a cidade de Alepo, onde descobriu a história de Myriam. Após um mês vendo de perto o caos provocado pela guerra, ele conseguiu localizá-la e, juntos, trabalharam para revelar sua história ao mundo.

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Editora do Brasil abre canais de comunicação entre autor e educadores no 'Bate-papo com os Autores'


“Lives” aproximam professores e educadores dos escritores, ajudam a tirar dúvidas e ampliam o envolvimento com o próprio conteúdo da obra

A Editora do Brasil volta hoje (28), às 18h, com a série de bate-papos ao vivo com os seus autores sobre literatura, educação, desafios, carreira, entre outros temas. A iniciativa faz parte das comemorações dos 75 anos da Editora do Brasil, que há mais de meio século compromete-se em promover uma educação dinâmica com conteúdos atuais e de qualidade.


O “Bate-papo com os Autores” pode ser acompanhado pelo Facebook da Editora do Brasil (www.facebook.com/editoradobrasil). ‘As “lives” são perfeitas para tirar dúvidas, discutir temas e ampliar o assunto abordado nas obras”, diz Helena Poças Leitão, gerente de Marketing e Inteligência de Mercado da Editora do Brasil. “Também dão um sentimento de colaboração e aprofundamento do conteúdo da própria obra”.

Entre as próximas atrações, encontram-se o bate-papo com a autora Maria Helena Webster, que será realizado hoje, dia 28. Ela falará sobre o livro Práticas comentadas para inspirar. Organizado em dez capítulos, seguidos de uma reflexão importante sobre a prática pedagógica na Educação Infantil, a obra traz comentários a respeito de práticas reais apoiando-se nos cinco campos de experiência apontados na Base Nacional Comum Curricular. Essas práticas servem de embasamento para que cada professor, diante de sua turma, na escola em que trabalha, pense, reflita e reinvente experiências para as crianças.

Já no dia 5 de julho, Wellington Santos, um dos autores do livro de História da Coleção Akaplô, que une conteúdo curricular a recursos interdisciplinares, para que alunos e professores possam imergir nas múltiplas formas de aprendizado e ensino, falará sobre a religião no ensino de História.

E no dia 7 de julho, a autora Márcia Hipólide falará sobre O que fazer com a História do Brasil a partir da BNCC? Todas as lives poderão ser acessadas e revistas por meio do site http://www.pnld2019.com.br/videos/papo-com-os-autores.



Livro ‘Arquitetura no Divã’ ajuda arquitetos a interpretarem as demandas de seus clientes


A partir de uma série de histórias e reflexões, a autora Shirlei Zonis, que é arquiteta e tem formação em teoria psicanalítica, analisa motivações subliminares, indícios e situações recorrentes na relação profissional com os clientes de projetos arquitetônicos.

A Editora Olhares lança, no próximo dia 5 de julho, às 18h30, o livro Arquitetura no Divã, de Shirlei Zonis, na Livraria da Travessa do Leblon (Av. Afrânio de Melo Franco, 290 - loja 205 A), Rio de Janeiro.  A publicação ajuda arquitetos a interpretar as demandas de seus clientes a partir de uma série de histórias e reflexões. Aqueles que vão habitar ou usufruir dos espaços projetados – os clientes – haviam sido um assunto pouquíssimo explorado na formação acadêmica, mas com a prática ela passou a perceber como uma melhor compreensão dessa ‘variável’ poderia ajudar bastante na atividade como arquiteta e ampliar sua satisfação profissional.

“Hoje, se me perguntarem o que me atrai mais num projeto, responderia sem pestanejar: o cliente.  Quando entro no seu universo e compartilho de suas demandas e seus desejos, me sinto tremendamente privilegiada por poder contribuir para externá-los no projeto de um novo lar (mesmo que se trate apenas de uma reforma) e por ter, no convívio com ele, a percepção das viagens que a arquitetura produz mudando o lugar, sem sair do lugar”, diz Shirlei Zonis.

A rotina profissional como arquiteta de interiores e a troca de ideias com colegas foram o gatilho da curiosidade da autora sobre as questões da subjetividade na arquitetura. Shirlei passou a estudar teoria psicanalítica e procurar algumas “pontes” entre a intuição de arquiteta e a percepção mais embasada do que afligia seus clientes, entre os desejos subliminares de quem a procura e a capacidade de perceber e atender suas demandas. “Essa nova perspectiva suavizou demais meus conflitos e me permitiu desenvolver algo fundamental na lida com os clientes: a empatia”, comenta a arquiteta.

Arquitetura no Divã é o desdobramento dessa investigação multidisciplinar. Sem a pretensão de estabelecer regras ou criar métodos, o livro abre o debate sobre como entender melhor o que desejam os clientes para os espaços que planejam, percebendo “sintomas e pequenos sinais”, para o que a anamnese é um momento fundamental. Simbolicamente, a autora sugere introduzir uma nova ordenada na configuração espacial usualmente descrita em três dimensões, que poderia ser entendida como a quarta dimensão do espaço, a dimensão humana.

O livro se concentra em casos de reformas domésticas e os analisa tendo como base o pensamento psicanalítico, listando, ao final, breves explicações sobre seus principais conceitos. Na apresentação, a autora introduz as bases da transposição feita em seus estudos para o universo arquitetônico: “‘O desejo se manifesta a partir da demanda’, segundo Lacan, e ‘é de ordem mítica’, segundo Freud, mas o objeto do desejo é buscado mesmo na realidade, de forma concreta. Então, como seguir seus sinais? Deve a arquitetura simplesmente se aproximar do objeto do desejo de quem a solicita ou ir além, tocando mais fundo e atendendo a solicitação para a qual está realmente sendo convocada? Como nos mantermos como ouvintes neutros, mesmo observando os sinais que se apresentam? [...] Mais que instrumento para a realização de um desejo ou objeto de consumo a ser devorado, o arquiteto pode tornar-se interlocutor de um diálogo em que projeções vêm à tona e realizações extravasam a barreira de supereus por anos construídos”.

No posfácio, que escreve em forma de carta à autora, Gustavo Rocha-Peixoto, professor titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ, reforça: "Estamos num Mundo em quatro dimensões em que a casa se converte de moradia do corpo em objeto de desejo. Você viu na tarefa do arquiteto-terapeuta, distinguir o que há de objeto de consumo e o verdadeiro objeto de desejo – no sentido de um desejo profundo de compreensão da narração imaginária da história pessoal do “cliente”. É isso, Shirlei, sua quarta dimensão é imaginária. Não quero dizer que não exista, mas que existe no campo da imaginação. E imaginar é fazer imagens; delinear figuras mentais."

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Venda de ingressos para a Flip 2018 começa no próximo dia 26



A 16ª edição da Flip - Festa Literária Internacional de Paraty, que acontece de 25 a 29 de julho, em Paraty, abre no próximo dia 26 (terça-feria), a partir das 11h, as vendas de ingressos das mesas literárias do Programa Principal, que acontecem no Auditório da Matriz, localizado no entorno da Praça da Matriz.



Os ingressos estarão à venda pelo site da Tickets for Fun (http://premier.ticketsforfun.com.br/) e pontos de venda autorizados (http://premier.ticketsforfun.com.br/shows/show.aspx?sh=pdv) até o dia 24 de julho, ou até que estejam esgotados. Após essa data, serão vendidos apenas em Paraty, na bilheteria oficial localizada na Praça da Matriz, no Centro Histórico, no dia 25 de julho, das 10h às 21h, entre os dias 26 e 28, das 9h às 21h, e no dia 29, das 9h às 16h.

Os ingressos custam R$ 55 (inteira) e R$ 27,50 (meia-entrada) por mesa. Têm direito a meia-entrada idosos (com idade igual ou superior a 60 anos), estudantes, professores, jovens de até 29 anos pertencentes a famílias de baixa renda e pessoas portadoras de necessidades especiais

Hilda Hilst é a homenageada 
A mesa De Malassombro/Zé Kleber, que ocorre no Auditório da Matriz, e as mesas da Central Flipinha, na Praça da Matriz, são gratuitas. Todas as mesas do Programa Principal serão transmitidas ao vivo no telão, no Auditório da Praça, que tem acesso livre. Os eventos da Flip+ e da FlipZona  acontecem gratuitamente na Casa da Cultura e outros pontos da cidade. A programação das casas parceiras é inteiramente gratuita e de responsabilidade de seus organizadores.

A 16ª Flip 2018 tem curadoria de Joselia Aguiar e Hilda Hilst como Autora Homenageada. A programação da Flip é realizada por meio da lei de incentivo à cultura do Ministério da Cultura do Governo Federal e conta com patrocínio oficial do Itaú, co-patrocínio do BNDES e da EDP e apoio da Três Corações, por meio da Leide Incentivo da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro.

quarta-feira, 20 de junho de 2018

“Jornadas de Junho - 5 anos depois”, de Tiana Maciel Ellwanger, tem lançamento hoje à noite, no Rio de Janeiro



Passados exatos cinco anos das manifestações de rua que chacoalharam o Brasil, em 2013, um dos movimentos mais originais, complexos e incompreendidos de nossa História ganha novo olhar e interpretações com o lançamento do livro Jornadas de Junho - 5 anos depois, que tem o selo da Autografia Editora.


Didática, densa e recheada de episódios curiosos, a pesquisa da jornalista Tiana Maciel Ellwanger traz uma série de reflexões originais sobre o que foram os protestos, suas representações, memórias, e como eles mudariam para sempre os rumos do País.

Tiana Maciel Ellwanger
O lançamento de Jornadas de Junho - 5 anos depois acontece hoje (20/6), das 18 às 22h, no Espaço Oito e Meio (Travessa dos Tamoios, 32-C ), no Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro.

Tiana Maciel Ellwanger é jornalista e Mestre em Comunicação Social. Atuou durante anos na imprensa carioca e hoje trabalha com Comunicação Institucional. Aventurou-se na literatura e publicou contos com outros autores. Suas pesquisas mais recentes são sobre protestos, memória, democracia e coberturas da mídia corporativa e ativista.


terça-feira, 19 de junho de 2018

OCUPAÇÃO POÉTICA homenageia e emociona o jornalista, poeta e escritor Tanussi Cardoso



Amigos interpretaram diversos poemas de "Desintegração", primeiro livro do homenageado, lançado há 40 anos


A emoção tomou conta do Teatro Cândido Mendes, em Ipanema, na noite desta segunda-feira (18), na homenagem da OCUPAÇÃO POÉTICA ao jornalista, poeta e escritor Tanussi Cardoso, que comemora os 40 anos do lançamento de seu primeiro livro, Desintegração. “Foi uma noite repleta de energia positiva e do fluido mágico da poesia. Fiquei muito comovido, com os nervos trêmulos, por encontrar o teatro lotado, com a presença de tantos amigos e familiares queridos”, lembrou o homenageado.

Vários amigos, poetas e escritores interpretaram poemas da obra rara de Tanussi, entre os quais, Cairo Trindade, Carmen Moreno, Christovam de Chevalier, Eugenia Henriques, Igor Fagundes, Jorge Ventura, Mano Melo, Noélia Ribeiro e Paulo Sabino, organizador do OCUPAÇÃO POÉTICA. A plateia que lotou o teatro ora se mostrava concentrada, ora rindo, alegres ora cantando, mas sempre aplaudindo os artistas que, de forma pessoal e criativa, se entregaram na interpretação dos poemas. “A noite foi perfeita, unindo amizade, amor e poesia”, concluiu Tanussi Cardoso, ainda emocionado com a bela homenagem literária.

Confira alguns momentos da festividade nas fotos de Marcelo Ribeiro:




 














segunda-feira, 18 de junho de 2018

Livro que investiga o estado paralelo por trás da morte de Marielle terá lançamento na quarta-feira (20), no Rio de Janeiro


Quinta-feira passada, dia 14, completam três meses do assassinado da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, atingida por quatro tiros na cabeça. Até agora a polícia não esclareceu o crime de repercussão mundial, mas é inegável que Marielle morreu pelas mãos de agentes de um "estado paralelo", sustentado pelas organizações criminosas e que têm nos policiais corruptos o seu braço armado.

O livro reportagem Rio sem Lei revela as entranhas da máfia do jogo ilegal, do tráfico de drogas, das milícias e das narcomilícias, a nova facção resultante da associação de traficantes e milicianos. A obra terá lançamento na próxima quarta-feira, dia 20, a partir das 18h30, na Livraria Travessa Ipanema (Rua Visconde de Pirajá, 572), em Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Essas máfias criaram um poder paralelo tão forte que nem as Forças Armadas intimidam mais. Numa afronta à autoridade dos generais, os algozes de Marielle agiram algumas semanas após o governo decretar a intervenção federal no Rio de Janeiro.  A polícia diz que os bandidos atiram com arma de uso restrito das instituições de segurança, assim como ocorreu sete anos atrás, em 2011, na execução da juíza Patrícia Acioli. Policiais militares foram presos e condenados pelo crime, mas a punição deles está longe de encerrar o caso. O estado de barbárie  que motivou os assassinos continua como antes.

"Rio sem Lei" não faz teorias, apresenta fatos. Com boas reportagens, a investigação jornalística narra em detalhes histórias sobre atrocidades em territórios dominados por bandidos, onde a vida de alguém vale menos que uma garrafa de uísque, como relata um dos capítulos. Nessa terra de barbáries,  policiais disparam a esmo por vingança porque não receberam "arrego", a propina paga pelo tráfico.  "O livro descreve em detalhes como a corporação policial do estado do Rio de Janeiro foi minada pelo banditismo", resume Elvira Lobato, uma das jornalistas mais experientes e premiadas do país.

Noir lança álbum com HQs provocantes de Sama


Impresso em duas cores, livro reúne material inédito de artista brasileiro que vive em Portugal, com histórias sobre política e vivências do cotidiano

A primeira impressão que se tem, ao começar a leitura das histórias de MONDO SAMA é de absoluto espanto, pelo autor ser tão pouco conhecido no Brasil. Uma explicação imediata está no fato de Sama viver em Portugal há anos, onde, aliás, milita por esse país mais que muitos de seus compatriotas. Essa curiosidade tem a ver com a qualidade das 20 histórias que fazem parte do álbum, densamente elaboradas, em que ele mistura vivência do cotidiano, pensamentos inconformistas e uma espécie de filosofia adquirida vida afora – das decepções, frustrações, tristezas, alegrias, prazeres e orgasmos.

A edição, com o selo da Editora Noir, já está à venda no www.editoranoir.com.br e começará a ser distribuída às livrarias nesta semana. “Há uma inequívoca unidade estilística nesta compilação. Mas o mundo de Sama é grande o suficiente para abarcar o humor, o experimentalismo, a crítica política e até a autobiografia sem abrir mão dos seus elementos mais característicos: a elegância do desenho, o erotismo, as ambientações retrôs e o apurado senso de design”, afirma o editor Douglas Utescher, da Uga Press.

Sama é um legítimo filho da contracultura, que conseguiu absorver tudo de interessante, inteligente e subversivo que se fez nas décadas de 1960 e 1970. Com absoluta originalidade, por outro lado, nas histórias deste volume, ele não esconde referências a autores hoje cultuados, vindos do underground e do submundo de uma cultura genuína, porém rotulada de maldita, condenada e combatida. Do brasileiro Carlos Zéfiro aos filmes de pornochanchada da Boca do Lixo paulistana, do americano Robert Crumb ao italiano Guido Grepax. Aqui tem um pouquinho de todos eles, porém diluídos com sutileza e genialidade.

Sobre o autor:
Eduardo Filipe "Sama" - Enquanto Eduardo tem no currículo experiências de trabalhos em TV, teatro e cinema, Sama, seu alterego mais subversivo, é artista plástico e autor de HQs. No Brasil, Sama já publicou nas revistas Piauí, Lado 7, Argumento e General, além das antologias de HQ: Heavy Metal, Irmãos Grimm em Quadrinhos, Tarja Preta, Goldem Shower, O Mundo Segundo Jouralbo, Revista Prego, entre outras. Levou o primeiro lugar no XV Salão Carioca de Humor com o trabalho “Bradesco Bin Laden”. Em 2011 lançou seu primeiro álbum: “A Balada de Johnny Furacão”. Na Europa foi publicado pelas portuguesas Vice e FlanZine, na França seu trabalho apareceu na Gazette de La Lucarne e na revista Papier. Em 2013 expôs no IX Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja (Portugal). Como autor independente, publicou o livro de arte “Belles de Jour”, as HQs “Caderno do Sama”, “La Dolce Vita”, “Xmas Thing” e a primeira versão de “Mondo Sama”. Em 2015, saiu em Portugal o livro “A Entrevista”, um “spin-off” da animação “Motel Sama”. Em 2017 participou do Festival Internacional de Amadora, em Portugal, com o trabalho “Contra a Tarifa”, história curta que integra sua publicação independente “Nada a Temer”, de 2016.



Editora Agir lança o livro 'Madonna 60', que celebra os sessenta anos da rainha do pop


Ninguém tem tanto direito ao título de “Rainha do Pop” quanto Madonna. Ao longo de quase quarenta anos de carreira, ela colecionou inúmeros sucessos e se tornou uma das mulheres mais admiradas (e ricas!) da indústria da música. Carismática e influente, não sem razão foi oficialmente reconhecida como a artista mais bem-sucedida de todos os tempos. Para celebrar seus sessenta anos de sucesso, a Editora Agir lança o livro Madonna 60, escrito por Lucy O’Brien.

Nascida em 16 de agosto de 1958, Madonna Louise Ciccone começou sua carreira na música em 1979, quando acompanhou Patrick Hernandez em uma turnê por Paris como backing vocal e bailarina. Seu primeiro single, “Everybody”, foi lançado em 1982 e seu primeiro álbum, Madonna, no ano seguinte. Seu grande sucesso veio com o álbum Like a Virgin e o clipe de “Material Girl”, no qual imitou Marilyn Monroe, mostrou seu lado performático e passou a ser um ícone feminino.

Depois de vender mais de trezentos milhões de álbuns em todo o mundo, Madonna foi reconhecida como a artista com maior número de vendas de todos os tempos pelo Guinness World Records. Em cada um de seus álbuns, ela reinventou sua música e sua imagem, transcendendo o mundo do pop e se transformando num ícone cultural global – um dos principais a terem surgido em toda a história – e, possivelmente, na mulher mais famosa do mundo.

Em Madonna 60, Lucy O’Brien nos brinda com a mais completa das biografias da popstar, revelando tudo o que esteve por trás de seus sucessos, os segredos de sua vida pessoal e a verdade sobre as controvérsias que costumam cercá-la. Com análises detalhadas de suas músicas e entrevistas com seu círculo mais íntimo, a autora oferece aos fãs da Diva insights fascinantes da vida de Madonna, de seus relacionamentos e daquilo que a motiva como mulher e artista.

Editora brasiliense lança livros de autores e autoras premiados (as) com temáticas socioambientais para crianças e adultos


Obra da bióloga brasiliense Nurit Bensusan, finalista do Prêmio Jabuti em 2013, é um dos destaques. Evento é gratuito e destinado ao público acadêmico e leigo

A difusão de conteúdos sobre a relação entre sociedade, meio ambiente e sustentabilidade ganha força com os novos títulos da editora Mil Folhas, do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB). As obras Práticas e Saberes sobre Agrobiodiversidade - A Contribuição de Povos Tradicionais, Paisagens em Transe: Ecologia da Vida e Cosmopolítica Pataxó no Monte Pascoal, e Biodiversidade: Tesouro Real ou Maldição Tropical? (infanto-juvenil), serão lançadas no próximo sábado (23/6), às 16h30, no Ernesto Cafés Especiais, em Brasília (DF). A entrada é franca e com classificação livre.

Recém agraciado pelo Prêmio Juliana Santilli (Instituto Socioambiental, Associação Bem-Te-Vi Diversidade e IEB), Práticas e Saberes sobre Agrobiodiversidade - A Contribuição de Povos Tradicionais faz parte da coleção Mil Saberes e é assinado por Ana Gabriela Morim de Lima, Igor Scaramuzzi, Joana Cabral de Oliveira, Laura Santonieri, Marilena de Arruda Campos e Thiago Mota Cardoso, - especialistas, pesquisadores e pesquisadoras da área socioambiental. A obra, com projeto gráfico da Supernova Design e ilustração de Sylvia Bahri, é resultado de ensaios e estudos que abordam a conservação da agrobiodiversidade (diversidade de plantas agrícolas), aprofundando a compreensão dos conhecimentos das populações indígenas, quilombolas e tradicionais associados às plantas cultivadas e manejadas.

"Este livro traz formas de viver agrobiodiversas, pelo qual Juliana Santilli (advogada, jornalista e pesquisadora) lutava e contribuiu para construir. É uma obra que traz várias agriculturas de pesquisadores engajados em diferentes contextos etnográficos junto a povos indígenas, comunidades tradicionais e instituições públicas de pesquisa. Seguindo os caminhos e trilhas deixados por Juliana, espero com esta obra coletiva e interdisciplinar, contribuir para evidenciação e reconhecimento público e jurídico dos sistemas agrícolas minoritários e suas importâncias na criação e manutenção da agrobiodiversidade.", afirma a escritora e bióloga Marilena de Arruda Campos.

Conservação no sul da Bahia
Em Paisagens em Transe: Ecologia da Vida e Cosmopolítica Pataxó no Monte Pascoal, também da coleção Mil Saberes, Thiago Mota Cardoso aborda as origens e o desenvolvimento das paisagens bioculturais no Monte Pascoal, localizado próximo ao município de Itamaraju, no Estado da Bahia. Segundo o autor, o texto é fruto de sua experiência intensa de pesquisa e engajamento após inúmeras caminhadas em trilhas e lugares junto ao povo indígena Pataxó ao longo de dez anos, em trabalhos de assessorias em etnomapeamentos, estudos e formações. A obra possui projeto gráfico da Supernova Design e ilustração de Sylvia Bahri, e faz parte da tese de doutorado em antropologia do escritor e biólogo, rendendo o Prêmio Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação em 2017, com menção honrosa.

"Toda tese acadêmica ou livro publicado, ao sair de nossas mãos, adentra em outros circuitos, e continua sua vida por outros caminhos. Por isto, a escrita deve ser responsável e eticamente orientada. Foi nesse sentido que fiz a pesquisa e escrevi a etnografia que gerou esta obra com o carinho de quem deseja que ela contribua com o conhecimento da antropologia, que evidencie a contribuição ecológica dos povos indígenas, tenha papel importante na compreensão do entrelaçamento entre diferentes modos de vida humanas e de outras espécies, e que, principalmente, possa adentrar nos circuitos cosmopolíticos da sustentabilidade, favorecendo as lutas cotidianas dos Pataxós e de outros povos indígenas para existir e viver bem, e das vidas que com eles compartilham suas paisagens", comenta.

Diversão e aprendizado
Escritora de grande repercussão da cidade, a bióloga brasiliense Nurit Bensusan, finalista do Prêmio Jabuti em 2013, conclui a coleção do selo Mil Folhas e Três Joaninhas com a obra Biodiversidade: Tesouro Real ou Maldição Tropical?. A intenção da autora com as 48 páginas de seu nono título infanto-juvenil é propor, por meio de informações, ilustrações e curiosidades divertidas, a reflexão dos leitores acerca da compreensão da nossa existência como parte da natureza, e não como uma espécie dissociada do resto do planeta.

As diversas relações da biodiversidade com as pessoas e os lugares são desvendadas com uma linguagem simples e criativa, passando pelos dilemas atuais que envolvem o tema com a moda, a tecnologia, a arquitetura, a indústria farmacêutica, a alimentação, a música, o vestuário, etc. O desaparecimento e o surgimento de espécies e o impacto socioambiental da perda da biodiversidade no mundo também são abordados no livro, que conta com ilustrações e projeto gráfico do escritório de design Grande Circular.

"Eu já escrevi um livro, destinado ao público adulto, com essa abordagem, o Meio Ambiente: e eu com isso?. Agora, volto a esse tema com enfoque nas crianças, pois essas, com sua curiosidade e com a empatia que em geral apresentam com as questões ambientais, podem se divertir bastante com o livro, aprender muitas coisas novas e, com sorte, se engajar na defesa da nossa biodiversidade e dos povos que tem sua vida intimamente ligada a ela, como os índios, quilombolas e diversas outras comunidades tradicionais.", explica a escritora, ganhadora do prêmio da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil - O Melhor para Criança, em 2013, na categoria Livro Informativo com o título Labirintos - Parques Nacionais (editora Peirópolis).

Em época de Copa do Mundo, livros e boxes para conhecer o melhor da literatura russa


Além de ser o País sede da Copa 2018, a Rússia é também o berço de alguns dos principais nomes da literatura mundial de todos os tempos. Confira abaixo uma lista com seis livros e boxes de autores russos para você conhecer. 

O que é arte, de Leon Tolstói
"O que é arte?" traz a polêmica visão de Leon Tolstoi. Durante as décadas em que ficou famoso pelos clássicos Guerra e paz e Anna Karenina, Tolstoi também desfrutou de notoriedade como sábio e pregador. Escreveu vários ensaios sobre temas ligados à justiça social, à religião e à moralidade, que culminaram no livro "O que é arte?". As obras de diversos artistas e mesmo seus próprios livros são duramente questionados no curso de sua apaixonada redefinição da arte como força propulsora do bem, da fraternidade, da ética e do progresso do homem. O texto é entremeado por imagens que ajudam na compreensão do que é abordado.

Box Grandes obras de Tolstói
O box Grandes obras de Leon Tolstói traz quatro clássicos da literatura mundial, em três volumes: Ana Karenina RessurreiçãoA morte de Ivan Ilitch e Senhores e servos. Em Ana Karenina, considerado um dos melhores romances já escritos, Tolstói elabora um tratado sobre moral, infidelidade e amor, bem como uma exposição dos valores da aristocracia russa do fim do século XIX. Ressurreição, último grande romance do autor, é um libelo contra a hipocrisia e a burocracia russas, bem como uma denúncia contundente contra a arbitrariedade dos tribunais da época. Em A morte de Ivan Ilitch e Senhores e servos o grande protagonista é a morte, que, se na primeira narrativa provoca um questionamento individual, uma busca pelo sentido da vida, na segunda aponta para a relação desigual entre senhor e servo, ressignificada pela situação extrema por que passam os personagens.

Box Grandes obras de Dostoiévski
O box Grandes obras de Dostoiévski traz dois clássicos da literatura mundial: Crime e castigo e Os irmãos Karamázov. Publicado pela primeira vez em 1866, Crime e castigo narra a história de um jovem que comete um assassinato por uma recompensa ridícula e acaba vivendo atormentado por sua própria consciência. Já Os irmãos Karamázov foi o último romance do escritor russo e sintetiza todas as possibilidades de sua arte. Concentrando em cada um dos quatro filhos do velho Karamázov uma qualidade humana, Dostoiévski reflete os problemas do século XIX e, como grande escritor, transcende o seu próprio tempo, apresentando um painel memorável dos dramas universais.

Box Stálin, de Dmitri Volkogonov
O general do Exército soviético Dmitri Volkogonov teve total acesso aos arquivos do Partido Comunista da União Soviética e reuniu dados para narrar de maneira brilhante a história do homem que, por trinta anos, controlou milhares de pessoas da União Soviética. O box contém dois volumes: o primeiro abrange o período que vai da revolução que derrubou um regime secular em plena Primeira Guerra Mundial até a imposição da mão de ferro stalinista sobre a URSS. No segundo acompanhamos o relato da turbulenta trajetória do ditador russo desde o momento em que rompe o pacto de não agressão com a Alemanha nazista até sua morte. Mais do que uma biografia, esta obra é o documento definitivo sobre o homem, o tempo e a tragédia.

O eterno marido, de Fiódor Dostoiévski
Em 'O Eterno Marido', obra apontada como uma espécie de Madame Bovary russa, Dostoievski realiza um romance em que o grotesco é a nota predominante. Sua narrativa concentra-se em dois pólos: a descrição da perda de dignidade do marido traído e sua sutil vingança. Através das cartas deixadas pela esposa que falecera, o ingênuo e inocente Pavel Pavlovitch Trussotski descobre que ela se entregara a inúmeros outros homens. Partindo desta revelação, o autor narra, em seguida, as relações posteriores do marido com um dos amantes da mulher, Veltchaninov, presumivelmente pai da criança que Pavel sempre supusera filha sua.

Contos, de Anthon Tchekhov
Tchekhov foi um dos maiores autores russos e um dos mais importantes dramaturgos e contistas de todos os tempos. O escritor tinha a rara capacidade de ver e transmitir a beleza quase imperceptível do cotidiano e mostrar a força e a profundidade da alma humana e, sobretudo, dos sentimentos e das relações pessoais, no que elas têm de mais nobre ou de mais mesquinho e desprezível. Com tradução e seleção de Tatiana Belinky, um ícone da nossa literatura, esta coletânea lançada na coleção Clássicos de Ouro, traz os principais contos de Tchekhov, como “A senhora com o cachorrinho”, “A morte do funcionário” e “O bilhete de loteria”.