“A verdade é vagabunda” é um thriller
psicológico experimental e contemporâneo. Ele conta a história de Adriana,
uma escritora que, mantida em cativeiro dentro da própria casa, usa a literatura
para escapar do sequestro. Como? Oferecendo ao sequestrador os rascunhos que
ela preserva guardados em um caderno.
A mistura de tempos narrativos – somada às rasuras do
caderno de Adriana, transformado aqui em um personagem à parte – formam, assim,
as peças de um quebra-cabeça que, à medida que é montado, revela uma trama capaz
de surpreender da primeira à última página.
“Uma história envolvente e cheia de reviravoltas, do
tipo que a gente não quer parar de ler”, resume a escritora Diolinda Hubner,
que destaca também suas qualidades de “texto apurado, muitas vezes poético, que
faz uso inovador de elementos de linguagem”.
Para Lucelena
Ferreira – doutora em letras (PUC-Rio e Sourbonne/Paris) e referência no
Brasil em questões de gênero – o livro “desbrava os meandros da violência
simbólica e literal que permeiam nosso cotidiano. O caderno que atravessa a
narrativa não é apenas um objeto, mas uma metáfora do direito à memória, à
escrita e ao protagonismo de quem foi silenciado. Com maestria,
Lina Borbi constrói um suspense que, mais do que entreter, instiga reflexões
profundas sobre poder, controle e resiliência”.
“A verdade é vagabunda” aborda
ainda questões urgentes da sociedade contemporânea, como saúde mental, trauma e
o impacto das narrativas que permitimos (ou não) contar. “Em um cenário literário onde muitas vezes
histórias femininas são diluídas em fórmulas previsíveis, Borbi oferece uma
trama visceral e audaciosa, que exige atenção às entrelinhas e ressignifica os
silêncios”, enaltece Luciana Rodrigues, jornalista e psicóloga especializada em
neuropsicologia.
Assim, Lina Borbi
reafirma, com um estilo único, que a literatura é um território onde as
verdades desconfortáveis costumam ser as mais relevantes. E produz um livro que
permanece com o leitor muito depois da última página.
Uma autora que só existe na ficção, e para a ficção
Este é o
primeiro livro de Lina Borbi, lançado no Brasil pela Editora Urutau. A
autora também debuta como diretora e roteirista do curta-metragem “Enquanto ela
fala”, que estreou em março, nos Estados Unidos e na Australia, e já recebeu
diversos prêmios. Mas, pralém do mundo ficcional, Lina não existe. Ela é, na
verdade, um heterônimo, com o qual Angela Brandão começa a assinar suas obras
de ficção.
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Lina Borbi, heterônimo de Angela Brandão |
Compositora de
MPB e autora de dois livros de não-ficção – Quarentena Amorosa (Ed.
Sextante) e Fio de Corte (Ed. 7 Letras), Angela Brandão diz que a criação
do heterônimo Lina Borbi foi fundamental para que ela encontrasse sua voz
ficcional. “Ao longo do processo de escrita, foi ficando claro que aquela era
outra voz autoral, diferente da que se expressa nas minhas músicas e trabalhos
anteriores, todos eles não ficcionais. Lina tem um estilo muito próprio”.
Em tempos de exposição excessiva de autores, “A verdade é vagabunda” surge como um convite à introspecção, à dúvida e à força da palavra bruta. É uma leitura que provoca, desafia e, sobretudo, ecoa num Brasil cuja realidade ainda é, por assim dizer, recheada de verdades vagabundas.
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SOBRE O LIVRO
A Verdade é
Vagabunda – Lina Borbi (Ed. Urutau)
150 páginas –
Ficção Literária / Thriller psicológico
À venda no
site: https://editoraurutau.com/titulo/a-verdade-e-vagabunda
Sinopse: Vítima de um
sequestro, Adriana é mantida em cativeiro dentro da própria casa, agora
convertida em destroços. Um único sequestrador a vigia, mas suas intenções não
são claras, e ele se mostra cada vez mais ansioso, à espera de algo ou alguém. Impelida
a agir para salvar a própria pele, Adriana oferece ao sequestrador seu maior
patrimônio: um caderno. Nele, codificadas entre poemas, anotações, pedaços de
cartas e rasusas, estão as informações que vão mudar os destinos dos dois.
Venda e
lançamento no brasil:
Embora esteja já à venda no site da editora, o livro só deve ter um lançamento oficial no Brasil em julho, durante a FLIP, na casa da Editora Urutau em Paraty.
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MAIS SOBRE A AUTORA
Lina Borbi é o heretônimo de Angela Brandão dedicado exclusivamente à ficção. Compositora de MPB e atriz, Angela Brandão é formada em Comunicação pela PUC-Rio, com Doutorado pela Universidade Católica de Chile, vive atualmente nos Estados Unidos e, além de se dedicar à escrita, trabalha como atriz e tradutora. Já Lina mora apenas nos segredos de um processo criativo sem rosto, uma raridade em tempos em que tudo – em especial nessa outra ficção que conhecemos como redes sociais – parece refém das imagens que fingimos ser reais.
MAIS SOBRE O CURTA-METRAGEM “ENQUANTO ELA FALA”
“Enquanto ela
fala”
é o primeiro curta-metragem escrito e dirigido pela autora. Numa linguagem
poética e experimental, o filme apresenta a história de uma menina que, longe
de casa e enfrentando um momento difícil, deixa-se perder em lembranças
aparentemente aleatórias, mas que, pouco a pouco, a ajudarão a perceber que o
tempo - quem diria - poderia se tornar o maior aliado de sua infância.
O filme estreou
em março, no festival no Voices of Women International Short-Film Festival,
com exibições concomitantes em três países (Estados Unidos, Australia e
Namíbia), recebendo dois prêmios: melhor curta-metragem de baixo orçamento e
melhor diretora 50+. O filme também recebeu dois prêmios no
prestigiado World Film Festival in Cannes, na França (Melhor
Curta-metragem Filmado com Celular e Melhor Narração), e está entre os
nominados em dois outros festivais marcados para o mês de abril (o Sydney Women’s
International Film Festival, na Austrália, e o festival que é referência
mundial no ramo, o International Mobile Film Festival, em San Diego),
mas ainda não tem data prevista para estrear no Brasil.