terça-feira, 7 de maio de 2024

Litteris Editora lança o livro “TEMPOS MODERNOS”, de Carlos Eduardo Drummond, que esmiúça a polêmica história do Palácio Monroe

 

Sessão de autógrafos acontece na quinta-feira, dia 9, das 18 às 21h, no Auditório da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, na Cinelândia


Sobre em “TEMPOS MODERNOS – O Rio metrópole, a Exposição de 1922 e a incrível história do Palácio que desapareceu durante a Ditadura Militar”, o historiador João Daniel Almeida comenta no texto de apresentação que “o protagonista é o Palácio, e sua trajetória é esmiuçada deliciosamente desde muito antes de sua construção, quando ainda era uma ideia. Uma ideia de modernidade neta das Exposições Universais”. E completa dizendo: “Carlos Eduardo Drummond reconstrói a história das Exposições Universais — cada uma delas — desde 1851, em Londres, até 1922, no Rio de Janeiro. Isso tudo sem deixar de lembrar que, concomitantes às exposições, ocorriam até olimpíadas”. Em 12 capítulos (mais um Prólogo e um Epílogo), o livro percorre um arco de tempo partindo da aquisição do território da Louisiana — comprado pelos EUA da França, em 1803 — e vai até a polêmica demolição do Palácio Monroe, em 1976, lançando luz em muitos eventos históricos entre uma ponta e outra, no Brasil e no mundo.

 

Em sua pesquisa, o autor percebeu que não daria para contar a história do Palácio Monroe sem voltar no tempo para explicar a origem das Exposições Universais, grandes vitrines da modernidade que vinham sendo montadas na Europa e nos EUA, numa época em que o Brasil ainda não tinha se convertido em República, tampouco abolido totalmente a escravidão em seu território. A existência do Palácio Monroe se insere nesse contexto, pois sua primeira versão serviu de Pavilhão Oficial do Brasil na Exposição Universal de Saint Louis (EUA), em celebração ao centenário da compra do território da Lousiana, onde recebeu um prêmio.

 



Remontado no Rio de Janeiro no início do século XX, em pleno processo de modernização da cidade, com as obras da grande reforma urbana do Prefeito Pereira Passos em andamento, o Pavilhão Brasileiro finalmente ganhou seu nome definitivo em homenagem ao presidente americano James Monroe, idealizador da famosa doutrina “A América para os americanos”.

 

Cientes do atraso em relação às nações mais desenvolvidas, os governantes da época desejavam apagar a imagem colonial do país com ações que visavam propagar uma imagem moderna do país. Depois de realizar uma Exposição de âmbito nacional em 1908, no Rio de Janeiro, na qual o Brasil ganhou experiência no tema, o país se rendeu aos apelos de vários setores da sociedade para realização de uma Exposição Internacional em celebração ao Centenário da Independência. Inaugurada em setembro de 1922, essa Exposição teve o Palácio Monroe como Bureau Oficial de Informações e cartão de visitas para entrada de visitantes no setor Internacional.

 

Até chegar a esse momento, no entanto, outras ações do governo foram executadas como pré-condições necessárias à montagem da grande Exposição. Assim, o arrasamento do Morro do Castelo, por exemplo, outra obra polêmica executada naquele período, também é abordada em detalhes pelo autor, pois é fundamental para entender o pensamento político da época e os desdobramentos que permitiram a montagem da própria Exposição.

 

Como é contado em “TEMPOS MODERNOS – O Rio metrópole, a Exposição de 1922 e a incrível história do Palácio que desapareceu durante a Ditadura Militar”, a maioria das construções citadas foi demolida. Até mesmo o Palácio Monroe, com todo peso histórico de ser um prédio premiado no exterior – em sua primeira versão -, e servindo ao país de várias formas, não foi poupado. Essa é, sem dúvida, a demolição mais polêmica e a que até hoje deixa muita gente inconformada. “Drummond não tem nome de poeta à toa. Ele resgata a sublime poesia da história imortal de um palácio que morreu”, lembra o historiador João Daniel Almeida no texto de apresentação. A demolição aconteceu durante a Ditatura Militar, no Governo Geisel, que teve participação importante na decisão.

Carlos Eduardo Drummond

 

A ideia de escrever o livro:

Carlos Eduardo Drummond, também autor do sucesso CAETANO – uma biografia (Seoman, 2017), relata que a ideia do livro nasceu em 2007, quando cursava uma Pós-Graduação em Relações Internacionais. O primeiro ímpeto foi escrever um livro sobre o Barão do Rio Branco, depois de assistir às aulas de História do Professor e Historiador João Daniel Almeida. Contudo, anos depois essa ideia foi abandonada e, no lugar dela, cresceu o desejo de pesquisar sobre o período fascinante abordado no livro, que inclui a tradição de montar grandes exposições, egressa do período industrial europeu e norte-americano, além da própria experiência brasileira de 1922 e, sobretudo, a indigesta demolição do Palácio Monroe, revela o autor.

 

Ele conta que sempre se encantou pelo universo das grandes exposições. Ao mesmo tempo, se junta ao coro daqueles que não se conformam com a demolição do Palácio Monroe. Abordar tudo no mesmo contexto, com uma clara correlação entre os temas relacionados, é um dos grandes méritos do livro, pensa o autor. Especialmente o caso do Monroe é um tema que precisa ser lembrado de forma permanente. E vai além. Mais do que ser lembrado, o erro pela demolição do Palácio precisa ser reparado. Gerações vêm sendo privadas desse bem público de imenso valor histórico e ninguém até hoje realizou qualquer compensação. Em algum momento, esse Palácio precisa ser reconstruído, sonha o autor.

 

O esforço da pesquisa:

A investigação exigiu do autor rastrear documentos raros em instituições de pesquisa e memória, no Brasil e no exterior. Uma representante do Bureau International des Expositions (Paris – França) e o Presidente da 1904 World’s Fair Society (Saint Louis – EUA) foram alguns colaboradores importantes. Além desses, o americano Jerry Miller, colecionador de itens da Feira de Saint Louis, forneceu uma foto de sua coleção que está no livro. Outro desafio foi dar andamento às pesquisas durante a Pandemia, com as muitas restrições impostas para a sociedade. Mas o resultado valeu a pena. Além de sustentar os fatos narrados ao longo dos capítulos, o montante apurado enriqueceu o conteúdo do livro com informações curiosas e consistentes, além de uma rica iconografia (por volta de 150 imagens), que inclui fotos raras, como a série da construção do Pavilhão Brasileiro em Saint Louis, localizada nos EUA, com ajuda dos americanos. Outro importante achado da pesquisa saiu do mergulho no arquivo Geisel, da Fundação Getúlio Vargas. Uma das atas das reuniões confidenciais do início dos anos 1970 revela que o Presidente Geisel fomentou uma campanha secreta, nos jornais da época, para criar artificialmente na opinião pública o desejo de demolir o Palácio Monroe. Mais uma herança funesta da Ditatura que vem a público no ano em que o golpe completa 60 anos. Essa informação sequer consta do volumoso processo do IPHAN que contém a farta documentação oficial produzida na época e que também foi esmiuçada pelo autor.

 

Um guia turístico em forma de livro:

O autor ainda revela no Epílogo os muitos vestígios remanescentes na cidade do que é narrado ao longo do livro. As últimas páginas do livro funcionam como um guia turístico do Rio Antigo, indicando ao leitor endereços e locais da cidade que ainda possuem prédios, monumentos ou qualquer lembrança da época. A partir do que é narrado no Epílogo, é possível montar roteiros turísticos a pé, no Centro do Rio, para ver com os próprios olhos o que restou daquela época e o que desapareceu. Além de um importante documento de memória, o livro é uma leitura obrigatória para quem é apaixonado pela cidade e suas histórias.

sexta-feira, 3 de maio de 2024

O livro ‘Associação Brasileira de Imprensa: Uma história não contada’ será lançado hoje (3), na Livraria Travessa do Leblon, às 19h

 

A obra foi escrita pelo advogado e autor Jansen Oliveira

 

"Associação Brasileira de Imprensa - Uma História Não Contada" desvenda os segredos e intricados caminhos que marcaram a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) durante um dos seus momentos conturbados de sua história interna. O texto transporta os leitores para os bastidores de uma disputa eleitoral que transcendia o campo jurídico, revelando paixões, desafios e reviravoltas.

 

No centro da trama, a chapa Vladimir Herzog, encabeçada por Domingos João Meirelles, Paulo Afonso Jeronimo e Jesus Chediak, enfrenta a longa influência política do então presidente Maurício Azêdo, já no terceiro mandato e há nove anos no comando da ABI. A contratação do autor, na qualidade de advogado, às vésperas do prazo final para inscrição da chapa, desencadeia uma busca judicial pela anulação de uma eleição que se desviou dos trilhos estatutários da entidade.


 

"Associação Brasileira de Imprensa - Uma História Não Contada" conduz os leitores para as assembleias vibrantes da Casa dos Jornalistas, onde debates fervilhantes muitas das vezes influenciavam os destinos da imprensa brasileira. Como um dedicado mosaicista, o autor tece histórias que emergem organicamente, contadas por jornalistas renomados e personagens que permeiam os corredores da ABI.

 

O autor, Jansen Oliveira, relata que esta história já veio pronta para ele, começo, meio e fim. “A vontade de escrevê-la foi para colocar no papel tudo que já estava na minha cabeça. No início, eu escrevi para mim mesmo, pois eu achei interessante a forma como os acontecimentos se entrelaçava. Parecia até uma obra de ficção, mas não era. Era um case. Uma história repleta de fatos inusitados e extraordinários e que mereciam ser relatados”, pontuou.

 



Nesta obra, Jansen Oliveira não se limitou a narrar um caso jurídico, ele convida leitores de todas as áreas a explorar um capítulo fascinante e pouco explorado da história da imprensa brasileira.

 

Em "Associação Brasileira de Imprensa - Uma História Não Contada", o leitor é guiado por um advogado imerso no universo dos jornalistas que atravessou o portal da centenária Casa das Liberdades e nos leva a desvendar uma trama que vai além das páginas estatutárias, ela revela fatos importantes sobre os bastidores da ABI – Associação Brasileira de Imprensa.

 

Sobre Jansen dos Santos Oliveira

Jansen dos Santos Oliveira nasceu em 1970 na cidade maravilhosa. É advogado especialista em direito imobiliário, orfanológico e planejamento patrimonial sucessório. Ele esteve à frente do departamento jurídico da Associação Brasileira de Imprensa de 2014 a 2018.  Concilia a carreira jurídica a de escritor. Tem textos e contos publicados em diversas plataformas digitais. Sua vida é marcada por um compromisso com a justiça e excelência profissional e sua trajetória permeia as habilidades jurídicas as literárias.