A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou nesta quarta-feira (29/06), em primeira discussão, o projeto de lei 199/11, que considera 'Herói do Estado' o escritor cabofriense Antônio Gonçalves Teixeira de Souza. A proposta tem o objetivo de incluir a biografia do escritor no Livro dos Heróis do Estado do Rio de Janeiro, que ficará disponível para consulta na Alerj. “Ele foi uma homem negro que venceu todos os desafios de sua época e tornou-se o primeiro romancista brasileiro”, diz o autor da proposta, deputado Janio Mendes (PDT).
Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa nasceu em Cabo Frio, em 28 de março de 1812 e faleceu no Rio de Janeiro, em 1º de dezembro de 1861, é autor do primeiro romance em estilo romântico no Brasil, O Filho do Pescador (1843).
Filho de um português (Manuel Gonçalves) e de uma negra (Ana Teixeira de Jesus), apenas fazia os seus primeiros estudos quando se viu obrigado, pela precária situação econômica da família, a abandoná-los e a adotar uma profissão mecânica, a de carpinteiro. Por alguns anos exerceu este ofício no Rio de Janeiro, para onde viera de Itaboraí com o fim de nele aperfeiçoar-se. Cinco anos depois regressou à terra natal. Tinham-lhe morrido os quatro irmãos mais velhos.
Aos vinte anos achou-se só no mundo, com escassos bens que herdara do pai. Voltou aos estudos com o mesmo mestre, o cirurgião Inácio Cardoso da Silva, professor em Cabo Frio, e também poeta, cujos versos Teixeira e Sousa mais tarde reuniu e publicou. Em 1840 voltou ao Rio de Janeiro.
Apesar de todas as condições adversas - mulato e pobre, vivendo apenas 49 anos - Teixeira e Souza publicou com auxílio de seu amigo Paula Brito cerca de 10 livros e duas tragédias: Cornélia em 1840 (sendo por isso considerado o primeiro trágico) e o Cavaleiro Teutônico (tragédia em versos). A critica e a historiografia literária brasileira através de seus nomes mais representativos, tem sido unânimes em conferir ao escritor cabofriense o mérito de primeiro romancista brasileiro.