terça-feira, 28 de junho de 2016

A poeta Ana Cristina Cesar é a autora homenageada da Flip 2016, que começa amanhã em Paraty


Escritora carioca, expoente da Poesia Marginal, será celebrada na 14ª Festa Literária Internacional de Paraty 2016, que vai acontecer a partir de amanhã (2) e até o próximo domingo, dia 3 de julho, na cidade de Paraty. Nos anos 1970 Ana Cristina Cesar se firmou distribuindo edições caseiras no Rio de Janeiro, ao largo do mercado editorial e sob o peso da ditadura militar, Ana C., como é chamada por amigos e leitores, fundou uma vertente marcante na poesia brasileira contemporânea.
Ana Cristina Cesar

Ao homenageá-la, a Flip traça uma linha de continuidade com a programação do festival, que vem ajudando a revelar ao grande público novas vozes na poesia brasileira. Muitos dos autores convidados nos últimos anos estão entre os destaques de uma geração fortemente influenciada por Ana Cristina, como Ana Martins Marques, Bruna Beber, Angélica Freitas e Mariano Marovatto. A portuguesa Matilde Campilho, convidada da edição 2015, também tem na poeta carioca uma importante referência. Outros autores convidados, como Francisco Alvim, Charles Peixoto, Eucanaã Ferraz, Carlito Azevedo, Fabrício Corsaletti e Chacal, estão entre seus companheiros de geração e leitores.

A geração de Ana Cristina ajudou a redescobrir Paraty e a despertar a vocação literária da cidade. Vai inspirar uma Flip com o sabor dos anos 1970 e 80, um momento chave para compreender o Brasil e Paraty de hoje. A obra de Ana C. é densa, pulsante, e conquista leitores em todas as partes do mundo. A homenagem vai poder iluminar áreas menos conhecidas de sua obra e desfazer alguns lugares-comuns a respeito de sua vida.

Ana Cristina Cesar morreu no Rio, em 1983. O poeta Armando Freitas Filho, indicado pela família como curador da obra, passou a organizar edições póstumas, como Inéditos e dispersos (1985). Mesmo nos períodos em que seus livros estiveram fora de catálogo, sua poesia ganhou interesse crescente nas universidades do Brasil e do exterior.

Em 2008, o Instituto Moreira Salles, responsável pela conservação de seu acervo literário, lançou o volume Antigos & soltos, como poemas inéditos em edição fac-similar, com organização de Viviana Bosi. Sua poesia foi reunida no volume Poética (Companhia das Letras, 2013), organizado por Armando Freitas Filho.

Flip 2016, a edição da poesia!

Além da abertura oficial, com Armando Freitas Filho e o Sarau, a Flip 2016 reservou em sua programação outros espaços para autores e leitores de poesia. O fluminense Leonardo Fróes celebra uma carreira grandiosa, de quase cinquenta anos de poesia e tradução literária. A mesa que reúne Annita Costa Malufe, Marília Garcia e Laura Liuzzi, herdeiras diretas de Ana Cristina Cesar, reforça o compromisso da Flip com um gênero vital.

A britânica Kate Tempest faz de seus poemas uma verdadeira arte do palco, que subverte as tradições do mundo literário – algo que o carioca Ramon Nunes Mello também faz, à sua maneira. Com humor e verve poética, o sírio Abud Said, asilado na Alemanha, traz notícias sobre a guerra civil em seu país e sobre a crise dos refugiados na Europa.

PROGRAMAÇÃO

Quarta-feira, 29 de junho
Sessão de abertura: “Em Tecnicolor”, às 19h
Com Armando Freitas Filho e Walter Carvalho
Sessão do documentário “Manter a linha da cordilheira sem o desmaio da planície”, de Walter Carvalho, às 19h45
Sarau, às 21h45
Autores selecionados entre todas as programações da Flip

Quinta-feira, 30 de junho
Mesa 1 – “A teus pés”, às 10h
Com Annita Costa Malufe, Laura Liuzzi e Marília Garcia
Mesa 2 – “Cidades refletidas”, às 12h
Com Francesco Areri e Lúcia Leitão
Mesa 3 – “Os olhos da rua”, às 15h
Com Caco Barcellos e Misha Glenny
Mesa 4 – “Histórias naturais”, às 17h15
Com Álvaro Enrique e Marcílio França Castro
Mesa 5 – Matéria cinzenta, às 19h30
Com Henry Marsh e Suzana Herculano-Houzel
Mesa 6 – “Na pior em Nova York e Edimburgo”, às 21h30
Com Bill Clegg e Irvine Welsh

Sexta-feira, 1º de julho
Mesa 7 – “Breviário do Brasil”, às 10h
Com Benjamin Moser e Kenneth Maxwell
Mesa 8 – “A história da minha morte”, às 12h
Com J.P. Cuenca e Valeria Luiselli
Mesa 9 – “O show do eu”, às 15h
Com Cristian Dunker e Paula Sibilia
Mesa 10 – Encontro com Karl Ove Knausgård, 17h15
Mesa 11 – A confirmar
Mesa 12 – “Sexografias”, às 21h30
Com Gabriela Wiener e Juliana Frank

Sábado, 2 de julho
Mesa 13 – Encontro com Leonardo Fróes, às 10h
Mesa 14 – “De Clarice a Ana C”, às 12h
Com Benjamin Moser e Heloisa Buarque de Hollanda
Mesa 15 – Encontro da arte com a ciência, às 15h
Com Arthur Japin e Guto Lacaz
Mesa 16 – Encontro Svetlana Aleksiévitch, às 17h45
Mesa 17 – “O falcão e a fênix”, às 19h30
Com Helen Macdonald e Maria Esther Maciel
Mesa 18 – “O palco é a página”, às 21h30
Com Kate Tempest e Ramon Nunes Mello

Domingo, 3 de julho
Mesa 19 – “Síria mon amour”, às 10h
Com Abud Said e Patrícia Campos Mello
Mesa 20 – “Mixórdia de temáticas”, às 12h
Com Ricardo Araújo Pereira e Tati Bernardi
Mesa 21 – “Sessão de encerramento: Luvas de pelica”, às 14h
Com Sérgio Alcides e Vilma Arêas
Mesa 22 – Livro de cabeceira, às 16h

Ingressos
Os ingressos da programação principal custam R$ 50. As vendas – pela internet, por telefone e nos pontos de venda da Tickets For Fun – terminam hoje (28). De amanhã em diante será possível comprar apenas na bilheteria da Flip, em Paraty. Para cada mesa, há limite de dois ingressos por pessoa.


sexta-feira, 24 de junho de 2016

Fernanda Gentil lança livro e conta a rotina real de seu casamento, do começo até a separação


Fernanda Mello e Angelo Bottino, responsáveis pelo projeto gráfico da obra, também prestigiaram o lançamento

Na noite da última quarta-feira, 21, a jornalista Fernanda Gentil lançou o livro Gentil como a gente - A história de uma família sem firulas, com o selo da editora Intrínseca, em um evento lotado, divertido e com boa energia, realizado na Livraria da Travessa, na Barra. A obra, que conta a rotina real de Fernanda Gentil e Matheus Braga desde o primeiro beijo até a separação, tem histórias engraçadíssimas, típicas de um jovem casal.

A jornalista chegou às 19h na companhia da mãe e do filho Gabriel e começou a atender ao público antes mesmo do previsto. Durante cerca de cinco horas escreveu dedicatórias quase personalizadas e tirou foto com muitos fãs que foram prestigiá-la e queriam autógrafos. A jornalista brincou, sorriu e conversou com cada um deles, descontraidamente.

Fernanda Gentil: livro recheado de histórias engraçadas e reais de sua vida
O projeto gráfico do livro ficou por conta dos designers Fernanda Mello e Angelo Bottino, casados, que trabalham juntos e dividem o dia a dia da profissão. Capa e diagramação, partes deste projeto, também ficaram a cargo dos dois, que imprimiram um tom ainda mais colorido e bacana à obra. "Acho que o diferencial desse trabalho foram as colagens que criamos para as aberturas dos capítulos, que acompanham o humor do texto", explica a designer.

EXPERIÊNCIAS PESSOAIS
Fernanda Gentil é repórter esportiva e uma das apresentadoras mais queridas da tevê. Conquistou milhares de fãs na cobertura da Copa do Mundo de 2014, da qual foi eleita musa. No vídeo, é uma profissional competente e divertida. De perto, é igualmente engraçada. Nas páginas de Gentil como a gente, transforma suas experiências pessoais num relato adorável.

A protagonista é a Mocinha. Não é que a Mocinha seja neurótica — ela apenas pensa em todas as possibilidades. O par romântico: o Momô. Não é que o Momô seja avoado — ele só é do tipo que vai jogar tênis e esquece a raquete. Tem também a Nala, que a Mocinha não gosta que chamem de cachorra. Tem o Lucas, o afilhado que é como um filho. E os 300, a gangue de amigos, quer dizer, o grupo de amigos. Essa turma, que no rolar dos capítulos vai ganhar mais um integrante, se esbarra em um apertamento, onde a sala é um pouco da cozinha e um tico da varanda.


Com leveza e humor, Fernanda Gentil conta uma história de amores vivida por uma família singular e ao mesmo tempo igual a todas as outras. Fernanda briga e, com a frequência de eclipses lunares, pede desculpas. Quando quer, sabe ser fofa. E mostra ser craque em entender as diferenças entre masculino e feminino. Ela mata no peito, sai de impedimento, bota para escanteio e bate um bolão. Porque o que Fernanda mais quer é fazer e ser feliz. Sem firulas. Gentil. Como a gente.

Fotos: Divulgação

Operação Lava Jato e juiz Sérgio Moro são temas de livros lançados por jornalistas


O repórter da TV Globo Vladimir Netto  escreveu Lava Jato – O juiz Sergio Moro e os bastidores da operação que abalou o Brasil, enquanto a ex-apresentadora da ‘TVeja’, Joice Hasselmann, é a autora de  Sérgio Moro – A história do homem por trás da operação que mudou o Brasil

Vladimir Netto escreve sobre operação Lava Jato


 Experiente na cobertura da Política em Brasília, o repórter da TV Globo Vladimir Netto acaba de lançar o livro-reportagem Lava Jato – O juiz Sergio Moro e os bastidores da operação que abalou o Brasil.
Na obra, Netto – que acompanha a operação desde o seu início, em março de 2014 – vai pouco a pouco revelando os principais desdobramentos que expuseram o maior escândalo de corrupção do País. Aponta quem são os personagens-chave desse processo – doleiros, dirigentes da Petrobras, políticos e empreiteiros – e como se articularam para desviar bilhões dos cofres da estatal.
O fio condutor da história é o juiz Sérgio Moro, sobre cujo trabalho o autor se debruça, com o objetivo de lhe desenhar o perfil: o vasto conhecimento técnico, as perguntas meticulosas, as sentenças fundamentadas e a coragem de enfrentar a pressão de advogados de renome.
O livro, com ares de thriller policial, teve seus direitos comprados pelo cineasta José Padilha. “O livro do Vladimir, além de narrar de forma empolgante uma incrível operação policial, é também um documento histórico de valor imprescindível para o País”, disse Padilha ao jornal Estadão. A previsão é de que a obra seja adaptada a uma série policial, para estrear em 2017 no Netflix.

Obra de Joice Hasselmannem faz homenagem a Sérgio Moro



Ex-apresentadora da ‘TVeja’, projeto audiovisual mantido pelo site da revista Veja, a jornalista Joice Hasselmann chega ao mercado editorial com obra em que o juiz que comanda a Operação Lava Jato aparece como personagem principal. O lançamento oficial de Sérgio Moro – A história do homem por trás da operação que mudou o Brasil (Universo dos Livros) aconteceu no último dia 15, com sessão de autógrafos na livraria Saraiva do Shopping Pátio Paulista, em São Paulo.

No livro, Joice explica no primeiro capítulo que coincidências a levaram a escrever sobre o juiz federal paranaense. No trecho divulgado pela Livraria da Folha, ela lembra ser conterrânea de Moro e que no começo da carreira na comunicação na cidade de Ponta Grossa, no interior do Paraná, teve de “enfrentar desafios e indivíduos corruptos”. Anos depois, já formada em jornalismo e somando experiência como apresentadora e diretora da BandNews FM de Curitiba, conta que começou a “desvendar os caminhos tortuosos da política brasileira, mergulhada em corrupção”.

Ainda do capítulo de apresentação de seu livro, a jornalista evidencia a sua admiração pelo magistrado, o definindo como o responsável pelos novos rumos do país. “O juiz Sérgio Moro é da minha cidade, do meu querido estado, é ‘bicho do Paraná’. E foi este homem que começou a mudar o Brasil, punindo com o rigor da lei corruptos e corruptores. Aqueles que corroem o país nunca mais teriam a liberdade de antes para cometer crimes. Jamais manteriam a certeza a impunidade”. A autora reforça que Moro aplica a lei, não importa a quem.

O primeiro capítulo de Sérgio Moro – A história do homem por trás da operação que mudou o Brasil conta, também, com trechos em que a jornalista dispara críticas ao Partido dos Trabalhadores e a presidente da República afastada, Dilma Rousseff. Para a escritora, a sucesso de Lula no Palácio do Planalto “abraçou um dos maiores casos de corrupção que se tem registro - em detalhes - no mundo”, o Petrolão, conforme é chamado o esquema de desvio de verba pública na Petrobras, desmantelado pela operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Joice, na parte final de apresentação do livro, levanta série de questionamentos que mostram ao leitor o objeto da publicação. “Decidi escrever este livro para mostrar a alma do homem que existe por trás da operação judicial que mudou o país. Teria ele [Moro] motivações para agir com justiça diante dos políticos? Existiram momentos em que ele pensou em desistir? Como Moro fez para manter a serenidade diante de ataques covardes que sofreu por parte da imprensa e dos defensores deste governo criminoso?”, escreve a jornalista.


Novo livro de Marco Antônio Eid aborda comunicação do governo em tempos de democracia e corrupção


Comunicação com a sociedade é dever do Estado e não um privilégio de políticos e ocupantes de cargos públicos

Comunicação e assessoria de imprensa para governos (Editora M. Books), novo livro do jornalista e executivo de PR Marco Antônio de Carvalho Eid, diretor de Conteúdo da Ricardo Viveiros & Associados – Oficina de Comunicação (RV&A), aborda as relações dos Três Poderes com a mídia, a partir do processo de redemocratização do Brasil, nos anos 80 do Século XX, até o advento do mensalão e do petrolão, que refletem o irreversível protagonismo da sociedade contemporânea. 


“Agora, os cidadãos têm o verbo, que lhes foi concedido pela internet”, salienta o autor, que acumulou ampla experiência na área pública, ao dirigir por 12 anos a Redação da Coordenadoria de Imprensa do Governo do Estado de São Paulo. Antes e depois dessa etapa de sua carreira, trabalhou como repórter e editor em revistas de economia, técnicas e de turismo, emissoras de rádio e na produção de publicações corporativas para grandes empresas, como S/A O Estado de S. Paulo, Refinações de Milho Brasil e Bank Boston. Após deixar o governo paulista, em 1994, foi editor de jornalismo na Rádio Bandeirantes, ingressando depois na RV&A.

“O Estado de direito, reconquistado pelos brasileiros a partir da Campanha das Diretas Já, em 1984, havia provocado mudanças profundas no processo comunicacional. Somado à Web, determina transformação ainda maior, inclusive no comportamento dos políticos, cuja trajetória na vida pública pode começar com a felicidade da eleição e terminar na melancolia do cárcere”, pondera Marco Antônio Eid, acrescentando: “Ocupantes de cargos públicos, no Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como os seus assessores de imprensa, precisam entender essa nova realidade. Ignorá-la não prejudica apenas as pessoas públicas acusadas de corrupção, mas principalmente o povo e o País, que pagam elevado e amargo preço pela instabilidade política causada pela improbidade, fisiologismo e práticas contrárias à ética, como se observa no Brasil”.

Comunicação e assessoria de imprensa para governos tem capítulos técnico-didáticos, contribuindo para que jornalistas e relações públicas desempenhem melhor suas funções no setor estatal. Aborda a sua interação com os distintos setores dos Três Poderes, concessionários de serviços públicos e instituições da sociedade, os temas mais recorrentes a serem propostos à mídia, as situações de crises e seu enfrentamento, a legislação relativa à contratação de profissionais para compor as equipes e às licitações destinadas à terceirização dos serviços.

Estruturas gramaticais e a credibilidade dos conteúdos

Enfoque absolutamente inédito do livro diz respeito às estruturas gramaticais e tempos verbais que conferem mais ou menos credibilidade aos press releases. Tal análise decorre de prolongado estudo e observação da causa-efeito nas matérias da imprensa publicadas em decorrência da divulgação de conteúdos das assessorias de imprensa governamentais.

“Comecei a perceber isso, quando trabalhava no governo, ao analisar cuidadosamente os clippings das matérias resultantes das pautas de política que divulgávamos na gestão de André Franco Montoro no Estado de São Paulo, a partir de 1983”, relata Marco Antônio Eid, explicando: “Aprender com a prática diária e por tentativa e erro foi decisivo quando as eleições de 1982, as primeiras diretas para governadores desde o golpe militar de 1964, exigiram que reinventássemos o modo de fazer assessoria de imprensa para o setor público. Deve-se salientar que, mais do que nunca, a estrutura verbal-gramatical e os tempos verbais utilizados continuam decisivos para que conteúdos distribuídos à imprensa tenham mais ou menos credibilidade”.

O jornalista alerta, contudo, que, além de eticamente condenável, é infrutífero utilizar as técnicas de comunicação, por mais eficazes que sejam, para construir artificialmente a imagem de políticos. “Pode-se até conseguir por algum tempo, mas é efêmero na era da internet. Não há assessor de imprensa no mundo capaz de prover o milagre da inocência”.

Histórias e bastidores da redemocratização

Em seu livro, Marco Antônio Eid também dedica alguns capítulos a relatos inéditos de bastidores que vivenciou, como diretor de Redação na Coordenadoria de Imprensa do Governo do Estado de São Paulo, na Campanha das Diretas Já, na Constituinte de 1987, na cobertura da agonia e morte do presidente Tancredo Neves e em passagens com chefes de Estado e personalidades internacionais. Esses episódios, que ampliam o interesse da obra para além do público profissional, ajudam o leitor a entender melhor um dos momentos mais importantes da História do Brasil. 

Novo livro tem como foco a adoção de crianças no Brasil


Existem no Brasil 6.593 crianças e adolescentes disponíveis para adoção e 35.864 pretendentes a elas. Também existe o mito de que a responsabilidade pela demora na conclusão das adoções é desses pretendentes, que, em sua maioria, querem bebês do sexo feminino e da cor branca.

Um estudo feito pela jornalista Ana Davini durante os últimos cinco anos e que resultou no livro Te amo até a lua, lançado no último dia 14, pela Editora Magu, indica que este mito é falso.


Dados atuais apontam que 62% dos interessados são indiferentes ao sexo do futuro filho e 42% aceitam crianças de todas as raças. Se considerarmos somente as de cor parda, a principal entre as crianças em abrigos (48% do total), o número de interessados sobe para 75%.

O gargalo também não é idade. Há apenas centenas de crianças de cada idade até 7 anos para milhares de pretendentes. A situação complica um pouco para crianças entre 8 e 10 anos, e só fica terrível para aquelas a partir dos 11 anos, quando existem 3.954 para apenas 485 candidatos a pais.

Nem mesmo doenças graves, físicas ou mentais, acabam com as chances de adoção. Há 1.697 crianças nesta condição e 14.156 pretendentes dispostos a enfrentar o problema.

Diante deste cenário, o livro tenta explicar as razões para a morosidade dos processos de adoção e para tantas crianças crescerem em abrigos, muitas delas sem jamais ter uma família. Também aborda temas como procedimentos de reprodução humana, endometriose, crack, adoção ilegal, barriga de aluguel e tráfico de bebês. Para completar, inova ao fazer uma investigação sobre a adoção internacional de crianças estrangeiras por pretendentes brasileiros. Tudo o que se sabia até então era sobre o contrário, a adoção de crianças brasileiras por pretendentes estrangeiros.

O último capítulo mostra a saga da autora e de seu marido até a chegada da filha, na época com 1 ano e 1 mês de vida, após aproximadamente oito anos de tentativas, esperanças e frustrações, o que os tornou quase experts no assunto “paternidade alternativa”.

terça-feira, 21 de junho de 2016

“Filhas de Eva”, o novo livro de Martha Mendonça, trata do turbilhão de sentimentos dentro das mulheres

A Livraria Travessa do Leblon recebeu, na noite de ontem (20), a sessão de autógrafos para o lançamento do mais novo livro da jornalista Martha Mendonça: Filhas de Eva, no qual mostra um novo olhar sobre o turbilhão de sentimentos que cabe dentro das mulheres – ou sobre como um mesmo sentimento pode habitar cada uma de maneira tão ímpar. Seja pela forma ou pelo conteúdo de suas narrativas, Martha revela a força e os extremos exacerbados de suas personagens. Com seu estilo original e leve, esmiúça as relações e a intimidade do universo feminino, misturando crítica e humor em histórias deliciosas.

Uma das cabeças por trás do site Sensacionalista, do qual é um das fundadoras e redatoras, Martha Mendonça tem faro apurado para identificar as figuras mais curiosas e pena afiada para transformá-las na mais prazerosa literatura. Assim como é impossível um escândalo escapar do tabloide virtual de humor mais lido do país, nada foge ao olhar de Martha, arguta observadora e bem-humorada ficcionista do cotidiano das mulheres.

A maciça presença feminina no lançamento de 'Filhas de Eva' 
Neste seu quarto livro publicado pela Editora Record, ela retoma o momento daquela primeira virada: a coletânea inclui “Namorada”, o conto premiado em 2003, além de outras 17 narrativas sobre mulheres “adjetivas”, personagens que começam a se revelar ao leitor já a partir de títulos como “Obcecada”, “Indecisa”, “Romântica”, “Desperta” ou “Morta”. Com aparente despretensão, a autora empreende uma investigação do universo feminino em toda a sua complexidade, como se houvesse uma interligação entre os relatos ora comoventes, ora contundentes.

Confira abaixo a entrevista de Martha Mendonça concedida à jornalista Marta Barcelos, do Blog da Editora Record, no qual a escritora fala da construção das personagens, de seu fascínio pelo feminino, da influência do humor e também da possibilidade de, no futuro, as filhas desta Eva serem adaptadas para outras linguagens.

A primeira frase do conto “Eva”, que abre o livro, é uma referência ao célebre começo de “O segundo sexo”, de Simone de Beauvoir (“Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”). Você pretendia imprimir algum efeito com essa primeira personagem ancestral, que nunca brincou de boneca e já nasceu “assim”? Eva e suas filhas de alguma forma dialogam com o feminismo?
Escrevi a maioria desses contos há muito tempo, alguns há mais de dez anos. Os contos começaram a sair depois que o “Namorada” ficou entre os vencedores do Contos do Rio. Mas não era fácil para uma autora iniciante publicar contos, então eles ficaram engavetados e eu lancei outros cinco livros. Recentemente, resolvi mandar para a editora, que gostou – e aí senti falta de alguma coisa que os amarrasse. Foi quando veio a ideia da Eva e dessa introdução.
A referência a Beauvoir surgiu como uma brincadeira. Simone falava das pressões sociais e culturais que nos fazem mulheres. Eva, na minha fantasia, não teve esta condição, por ter sido a primeira.  Ela era o que era, não lhe foram dadas bonecas, nem lhe foram negados direitos. E, em seus sonhos – ou premonições – ela antevia tudo o que seríamos, essa diversidade caótica e bonita em todos os tempos e idades. Não escrevi os contos pensando em dialogar diretamente com o feminismo, mas acredito (e espero) que, ao mostrar esse mosaico feminino, com suas dores e paixões, eu consiga gerar uma identificação natural com as mulheres.

Martha Mendonça e o marido, Nelito Fernandes
As “filhas de Eva”, em sua grande maioria, não têm nome. São tipos familiares, mulheres comuns e nossas conhecidas, embora seus pequenos grandes dramas sejam muito comoventes. De onde vieram as personagens?
Nunca sei direito responder a esta pergunta, mas provavelmente veio de mim, de amigas, de pedaços de personagens. Há algumas inspirações mais diretas, como uma tia-avó, cuja história inspirou o conto “Indecisa”, e um acontecimento da vida de minha sogra, já falecida, que era mãe-de-santo, em “Pombagira”. O conto “Obcecada” surgiu quando eu ouvia a canção “Monomania”, da Clarice Falcão, mas não é exatamente do que fala a música. Fora esses, nenhum outro conto é a história de alguém de forma direta.

Como este livro se encaixa no contexto do universo feminino que você vem construindo ao longo da sua obra? Traz um contraponto, ou algum aspecto ainda não abordado? Por que o ponto de vista feminino lhe interessa?
Como ele foi escrito antes dos outros – “Mulheres no ataque”, “Canalha – substantivo feminino” e “40” -, não se trata de uma continuação. Olhando agora, para trás, vejo que esse interesse de escrever sobre o feminino é resultado de um blog que eu e a jornalista Carla Rodrigues fizemos de 2002 a 2004, que falava sobre mulheres. Ali pensamos muitas coisas e dialogamos virtualmente com muita gente sobre o assunto, sobre a aventura feminina. E acredito que meus livros sejam o fruto desse trabalho. Carla hoje é, inclusive, professora de Filosofia e pesquisadora de gênero.
Alguns autores relatam ter se impressionado com os próprios personagens, quando os estavam criando. Algumas das filhas de Eva “perseguiram” ou abalaram a sua autora?
Tanto tempo depois de ter escrito, percebo que eles têm realmente vida própria, como se suas histórias tivessem seguido em frente sem mim nesses anos todos. Ao reler esses contos, alguns me abalam de fato, como “Compulsiva”, que fala do descontrole emocional de uma mulher que compensa sua insegurança na comida, e o desespero da mulher moderna em “Apressada”. Talvez porque os dois falem muito de mim (e, ao mesmo tempo, de tantas mulheres).

Apesar de validar e compreender o sofrimento das personagens, assumindo o seu ponto de vista, o narrador parece imprimir algum toque de humor e até de otimismo à maioria das histórias. Esta é uma visão de mundo da autora (de uma autora que trabalha com o humor)?
Acho que sim. Meu pensamento é impregnado de humor. Hoje, depois que deixei o jornalismo e me tornei redatora/roteirista, o humor é a matéria-prima do meu trabalho diário, no site Sensacionalista e no novo Zorra, na TV. Além disso, sou uma otimista incurável, percebo que é um sentimento quase infantil. Mas, ao mesmo tempo, me sinto bem sendo assim, olhando as coisas com leveza, ironia ou crítica.

Martha Mendonça
O seu trabalho de escritora, dramaturga e de roteirista de alguma forma se confunde na hora da criação? “Filhas de Eva” já nasce com potencial de adaptação para a TV, o teatro ou o cinema?
Quando escrevo, não penso em adaptação. No caso desses contos, menos ainda, já que foram escritos uma década antes de eu pensar em virar roteirista. Mas adaptações de histórias são sempre possíveis. Quando escrevi “Canalha – substantivo feminino”, também não pensei nisso, mas acabaram inspirando uma série que teve três temporadas no GNT – e o formato acaba de ser comprado para uma produção americana. Filhas de Eva tem boas personagens, o que pode, com certeza, inspirar adaptações de todo tipo. Torço para isso.

Fotos: Divulgação 

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Seminário na Off Flip aponta caminhos para novos escritores


Evento gratuito será em 2 de julho junto com a tradicional Festa Literária Internacional de Paraty. No mesmo dia, haverá sarau com vencedores do Prêmio Off Flip / Bibliomundi de Literatura

Em paralelo à Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que será realizada de 29 de junho a 3 de julho em Paraty, no Sul Fluminense, escritores iniciantes e os que buscam o mercado editorial conhecerão alternativas de autopublicação e de aproximação com as  editoras do país em tempos de livros digitais. "Os desafios do autor diante do novo cenário editorial" é tema de seminário gratuito que será promovido no sábado, 2 de julho, às 11h, no Café Literário, localizado na Praça da Matriz, Centro Histórico da cidade. À noite, haverá sarau com os vencedores do Prêmio Off Flip | Bibliomundi de Literatura no Centro Cultural Sesc Paraty.

O seminário, que faz parte da programação Off Flip das Letras, será promovido pela plataforma de autopublicação e distribuição de livros digitais Bibliomundi e pela Editora Oito e Meio, por meio do projeto Carreira Literária. Serão abordadas questões pertinentes a esse novo autor, como "Quero publicar meu primeiro livro, quais os caminhos possíveis?", "Como abordar uma editora?", "Toparam publicar meu livro, e agora?" e "É possível viver de escrever?". A Off Flip das Letras é um circuito literário com saraus, lançamentos e mesas de debate que ocorrem juntamente à Flip.

Raphael Secchin, sócio-fundador da Bibliomundi
Participarão do encontro Raphael Secchin, sócio-fundador da Bibliomundi, Tatiana Kely, publisher da Editora Oito e Meio, e Flávia Iriarte, publisher e editora da Editora Oito e Meio. Raphael vai explicar como funciona a autopublicação digital e a distribuição de e-books. "Já não são poucos os casos que os livros nascem em edições próprias e migram para as listas de mais vendidos ou para as editoras tradicionais. Para isso, contam com ferramentas para monitoramento e análise do comportamento do leitor, além de acompanhamento em tempo real das vendas e da leitura de sua obra no mercado", explica. 

As representantes da Editora Oito e Meio apresentarão as possibilidades de publicação hoje (a publicação tradicional, a paga e a autopublicação) e vão orientar sobre como convencer uma editora a publicar uma obra e como usar as redes sociais para formar leitores e promover os livros.

O sarau com os vencedores do Prêmio Off Flip | Bibliomundi de Literatura será às 20h30, no Centro Cultural Sesc Paraty. O Prêmio é uma realização do Selo Off Flip e contempla os gêneros conto, poesia e literatura infantojuvenil. Na edição de 2016, as inscrições foram feitas exclusivamente pela internet, a partir da plataforma Bibliomundi. Os vencedores ganharão 30 mil reais no total, além de estadia em Paraty durante a Flip, passeio de escuna e cota de livros. O resultado será publicado no dia 20 de junho no site http://www.premio-offflip.net.

Bibliomundi e Editora Oito e Meio

Bibliomundi (www.bibliomundi.com.bré uma plataforma de autopublicação e distribuição de livros digitais, cuja proposta é contribuir para a democratização desse mercado. O portal da Bibliomundi permite ao autor converter arquivos de texto em e-books e vender suas obras através das livrarias conveniadas. O carioca Raphael Secchin acumula experiência no mercado editorial nacional e internacional com olhar voltado para as inovações tecnológicas do setor, como o "data tracking" e o "book analytics", ferramentas que permitem a autores e editores acompanharem em tempo real a reação dos leitores e do mercado livreiro.
  
Editora Oito e Meio (www.oitoemeio.com.br) tem como foco a publicação da ficção brasileira contemporânea. Hoje, com mais de 100 títulos no catálogo, tornou-se conhecida pela publicação de gêneros menos destacados pelo mercado editorial tradicional, como o conto, a novela e a poesia, e por investir e revelar novos nomes da atual literatura brasileira. Atualmente, com o projeto online Carreira Literária, a sócia Flávia Iriarte oferece cursos e treinamentos para escritores de todo Brasil.

SERVIÇO:
Sábado, 2 de julho
11h - 12h
O Escritor Hoje - Os desafios do autor diante do novo cenário editorial
Café Literário | Off Flip das Letras
Praça da Matriz, 105 - Centro Histórico

20h30 - 22h30
Sarau com os vencedores do Prêmio Off Flip | Bibliomundi de Literatura
Centro Cultural Sesc Paraty
Rua Marechal Santos Dias, 20 - Centro Histórico